domingo, 22 de maio de 2011

“Pelo céu, pelo sol, pelo ar”


Algumas coisas, por mais que expliquemos ou falemos, jamais conseguiremos explicar a dimensão que elas têm para nós.

É mais ou menos isso que tenho sentido desde a última quarta-feira, 18 de maio. Quem me conhece sabe que durante todo o último ano, eu estive empenhado em fazer meu Trabalho de Conclusão de Curso, que acabou ganhando um lado também muito pessoal e emocional para mim.

Quem me conhece mais ainda, sabe que desde pequeno eu sempre dizia que gostaria de ser jornalista e sonhava em um dia poder entrevistar a Angélica e escrever a sua biografia. Era coisa de criança, mas que eu já levava muito a sério. Durante a infância, cheguei a ver a Angélica algumas vezes, em uma delas, até entrei em seu camarim, mas confesso que naquela época, eu estava mais feliz de estar perto da Fada Bela, protagonista do meu programa favorito na infância, “Caça Talentos”, do que propriamente da Angélica.

O tempo passou e nós crescemos. Lembro bastante de quando eu ainda assistia ao programa da Angélica na Manchete, mas lembro mesmo da época em que ela dominava as tardes do SBT. Justamente no ano em que ela estreou na emissora de São Paulo, eu mudei meu horário na escola e passei a estudar de manhã. Portanto, Angélica era a minha maior companheira das tardes.

Depois, quando voltei a estudar à tarde, o programa dela passou a ser exibido no comecinho da manhã, e eu acordava cedo só para ver. O tempo se passou, ela foi para a Globo e mais uma vez aquele garotinho de óculos estava pronto para assistir à estréia de sua apresentadora favorita.

A infância passou e sempre lembro da Angélica quando me recordo de diversos momentos meus. E, para a minha alegria, aquele símbolo da minha infância passou a fazer parte da minha adolescência comandando o “Video Game”. Depois disso, o “Fama”. E quando eu estava entrando na faculdade, Angélica, finalmente, estreava seu primeiro programa próprio dedicado ao público adulto: “Estrelas”.

Em um breve relato, lembro de diversos momentos da minha vida. Lembro do garotinho que ia para a natação e voltava ansioso para assistir às aventuras de Fada Bela. Lembro da ansiedade na estréia de cada programa. Lembro da torcida para que sua atração própria finalmente saísse do papel. Lembro da vez que, em 1996, eu estava, no alto dos meus 7 ou 8 anos, na Bienal do Livro, em São Paulo, e por pouco não consegui um autógrafo da Angélica.

Lembro da minha infância quando escrevo estes momentos da carreira dela e lembro da promessa que eu tinha feito para mim mesmo “um dia vou escrever a biografia da Angélica”. Não sabia como seria, nem quando seria, mas sabia um dia aconteceria.

De repente, no último ano da faculdade, quando diversas ideias de temas de livro passaram pela minha cabeça, a Angélica apareceu mais uma vez na minha vida. Eu estava assistindo ao programa da Marília Gabriela, quando vi a Angélica dizer que o Luciano Huck sempre falava que sua vida daria um filme. Fiquei com aquilo na cabeça, relutei um pouco, mas acreditei que aquele poderia ser o tema do meu TCC. Quando percebi, já estava pesquisando sobre a vida dela e conseguindo mostrar para todos que a história da vida da Angélica vale muito mais do qualquer obra de ficção. Uma história real que chega a parecer fantasia. E aos poucos conseguia provar também que uma das maiores estrelas do Brasil era uma pessoa normal.
Percebi isso, principalmente, no dia em que a entrevistei. Como já contei neste blog, durante mais de 40 minutos, Angélica recebeu um estudante de jornalismo em seu camarim para uma conversa.

O ano se passou, o livro ficou pronto, a formatura aconteceu e, seis meses depois da banca do TCC, consegui, finalmente, entregar o maior orgulho da minha vida para a pessoa responsável por tudo isso.

Na última quarta-feira, 18 de maio, às 10h da manhã, Angélica me recebeu após a gravação de uma matéria para o seu programa, em São Paulo, e durante alguns minutos esteve ao meu lado, mais uma vez por causa do meu TCC.

É estranho explicar a importância que isso tudo tem para mim. Eu me sinto muito orgulhoso e realizado por saber que cheguei até aquele momento sem ter a influência de ninguém. Simplesmente, a Angélica confiou em mim durante todo o processo e depois dele também. Não tem explicação. Ela abriu as portas de seu camarim, abriu um espaço em sua agenda apenas para responder às perguntas de um estudante de jornalismo que um dia sonhou em escrever sua biografia.

Não há palavras suficientes para agradecer a atenção e a simplicidade da Angélica.

O carinho e a confiança dela só confirmaram o quanto ela é uma pessoa especial. Não tem como não ser. Alguém que já foi responsável por alegrar a vida de tantas pessoas, e que ainda é, só pode ter algum dom especial. Mas nem todos sabem usar este dom da maneira correta.

Contar a história da Angélica é como justificar para muitos o porquê desta menina ter conquistado tantas pessoas com apenas um sorriso ou uma palavra. Contar a história dela é provar que precisamos nos libertar de preconceito e aceitar que nem todos são apenas produtos da mídia.

Mas nada disso é tão importante para mim quanto quando eu lembro que tudo foi a realização de um sonho de infância. De um sonho que estava tão longe de mim e que consegui realizar tão cedo. Um sonho misturado com um orgulho profissional e pessoal. E eu só me dei conta de que tudo isso era um sonho quando ele virou realidade. Quando vi nas minhas mãos um livro inteiro sobre a Angélica escrito por mim mesmo.

Não importa o que possa acontecer, não importa se vai ou não acontecer, lembrarei eternamente de todos os momentos deste TCC. Durante os três anos anteriores da faculdade, eu jamais pensei que um trabalho poderia marcar tanto a minha vida. Lembrarei de todas as conversas com a minha orientadora, que sempre me apoiou muito, de todos os desabafos com meus amigos, dos momentos de desânimo, das horas sentado sozinho escrevendo. Dos momentos de desespero. E, principalmente, do momento em que entreguei para a Angélica o maior orgulho da minha vida.

“Pelo sol, pelo céu, pelo ar”. Este livro estará eternamente marcado em mim.

Obrigado, Angélica!

3 comentários:

  1. Parabéns, comps! Só quem realmente te conhece sabe da importância que isso tem pra você e de quão orgulhosos todos nós estamos da realização deste sonho. Sonho este que momentaneamente fica por aqui, mas que virão muitos outros pela frente.
    Bjão

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  2. Adolfo, parabéns! Tive o prazer de compartilhar contigo um feliz período em que nossas vidas confundiam-se com a da Angélica. Tanta admiração resultou em blog e site. Época inesquecível. Espero ter contribuído, ainda que indiretamente, para a elaboração de seu TCC. Já tive a oportunidade de confessar-lhe a minha ansiedade que tenho de ler o seu trabalho. Espero ter em casa esta futura publicação. Farei questão de estar na noite de autógrafos. Caso seja possível, gostaria de uma dedicação especial ao responsável pelo "Angélica Site", como nos velhos tempos. Grande abraço, Stanley.

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  3. Adolfo, parabéns! Tive o prazer de compartilhar contigo um feliz período em que nossas vidas confundiam-se com a da Angélica. Tanta admiração resultou em blog e site. Época inesquecível. Espero ter contribuído, ainda que indiretamente, para a elaboração de seu TCC. Já tive a oportunidade de confessar-lhe a minha ansiedade de ler o seu trabalho*. Espero ter em casa esta futura publicação. Farei questão de estar na noite de autógrafos. Caso seja possível, gostaria de uma dedicação especial ao responsável pelo "Angélica Site", como nos velhos tempos. Grande abraço, Stanley.

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