segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Choro e sorrisos



A minha irmã e o Danilo namoraram por 12 anos. Há pelo menos 10 eu escuto pessoas perguntando para eles quando ia sair o casamento. E depois de todos estes questionamentos, no último sábado, 5 de dezembro, eles emocionaram os 200 convidados que lotaram a igreja da PUC em São Paulo.

É difícil assumir, mas eu confesso que fui um dos que mais se emocionou. Afinal, convivo perto deste casal desde os meus 9 anos de idade. A minha vida com a existência deste namoro já é maior do que sem ele.

Eu lembro de quando tudo começou, do dia que, enquanto eu jogava ping pong no prédio, o Danilo veio me perguntar se a menina do terceiro andar era minha irmã. mesmo morrendo de ciúme, eu fui um dos responsáveis pela aproximação dos dois.

De lá pra cá, acompanhei todo o crescimento deles, e eles o meu. Estive na formatura da oitava série, do ensino médio, da faculdade, nos aniversários... Em poucos minutos na igreja, todos os momentos foram passando na minha cabeça. Como eles cresceram e como eles mereciam aquela festa, aquele momento só deles.

Foram tantas crises de ciúme minhas quando eles começaram a namorar. Eu odiava saber que as nossas pizzas de sábado agora seriam para cinco. E que eu ia ter que dividir com ele a minha coca-cola e a minha caixa Bis.

Mas com toda a paciência do mundo, ele foi se mostrando um amigo e não alguém que eu não fosse gostar.

Eu não via a hora deste casamento chegar. Não aguentava mais ouvir falar sobre este único assunto diariamente na minha casa. Até a árvore de Natal eu só ia poder montar depois do casamento. Tudo girou em torno disso nos últimos 365 dias.

Agora eu vejo que valeu muito a pena. Foi tudo tão perfeito quanto os dois mereciam. E eu não consegui mesmo segurar o choro. Desde a hora em que eu me despedi dela antes do dia da noiva, quando eu percebi que a próxima vez que eu a veria seria entrando na igreja, até a hora em que eu me despedi dela no fim da festa.



Chorei por saber que agora eles formam uma família, chorei por lembrar de todos os dias, da minha infãncia ao lado dela, de todas as vezes em que eu disse "não aguento mais essa menina", "não vejo a hora de você casar", chorei ao lembrar dos aniversários, dos natais, das viagens no banco de trás do carro (eu atrás do banco do motorista e ela do passageiro), de todas as vezes que ela me levou para passear, de todas as nossas brigas e de todos os dias em que ela me emocionou. Chorei de alegria por saber que eles estavam felizes, mas confesso que fico triste ao lembrar que agora será tudo tão diferente.

Os almoços de domingo serão em três, e as pizzas de sábado, que antes eram em 4 e depois passaram a ser em 5, agora também serão em três. Chorei por saber que eu vou chegar em casa e não vou perguntar pra minha mãe se a minha irmã já chegou. Chorei por saber que ela não estará aqui para saber em primeira mão todas as novidades do meu dia.

Mas eu também sorri. E sorri por vê-los sorrirem. Sorri por estar presente neste dia tão importante para eles e para todos nós. Sorri por saber que uma nova vida irá começar para eles.

Chorei e sorri por vê-los chorando e sorrindo. Torço pela felicidade deles assim como eu torço pela minha.

E agora aguardem mais uns três de anos de gente perguntando quando virão os filhos...

domingo, 15 de novembro de 2009

Coisas que só podem acontecer no Rio de Janeiro

Aventuras - Parte 2 (ou 3?)

São Paulo tem fama de agitada, de não parar nunca. Quem mora aqui está sempre atrasado, apressado e estressado. Talvez seja por isso que quando saímos dela por alguns dias, já sentimos uma grande diferença.

Foi isso que aconteceu comigo no feriado em que estive no Rio de Janeiro.

Mesmo sendo uma das maiores cidades do país e tendo a violência como um dos assuntos mais divulgados sobre ela, o Rio de Janeiro é muito diferente de São Paulo neste sentido. Algumas coisas só acontecem lá.

Durante estes dias três fatos chamaram minha atenção.

No domingo, acordamos cedo e fomos para o Pão de Açúcar (44 reais para entrar). Além da vista linda, tanto no próprio Pão de Açúcar quanto no Morro da Urca (primeira parada do bondinho), tivemos a visita especial de um mico durante o passeio. Sim! Enquanto observamos a vista, fomos surpreendidos com a presença de um macaco (?), que passou pelas pernas do Rafa e foi parar em uma árvore. Além do Simba Safari, onde mais eu veria um bicho desses solto aqui em São Paulo? Esta é a primeira das coisas que eu disse que só poderiam acontecer no Rio.


Aliás, esqueci de contar que enquanto esperávamos o ônibus para irmos ao Pão de Açúcar, conhecemos a Carla, que é de Santos e estava no mesmo albergue que nós. Acabamos passando com ela quase todos os outros momentos da viagem.

Logo após irmos ao Pão de Açúcar, decidimos ir para Santa Teresa. Fomos até o centro da cidade, que estava vazio, e lá pegamos um táxi até Santa Teresa.

Chegando lá, fomos almoçar em um dos muitos restaurantes que rodeiam o lugar. Escolhemos o Marcô, que tem a melhor feijoada que eu já comi na minha vida (45 reais para duas pessoas). Além do ambiente ser muito agradável, ainda tinha de fundo clássicos da Bossa Nova sendo tocados ao vivo, entre eles, "Garota de Ipanema".



Depois disso, fomos andar de bonde pelo bairro (60 centavos). Como disse o Rafa em seu blog, foi uma viagem ao passado. Uma sensação muito boa andar pelas casas e ter uma das vistas mais lindas do Rio.
Aqui aconteceu o segundo fato que chamou minha atenção. Além do próprio bonde já ser algo bem diferente, já que ele circula normalmente para uso dos moradores, durante o caminho, o "motorista" parou para cumprimentar uma senhora. Ela estava no celular com alguém que estava doente e que era conhecido do "motorista". Ele simplesmente parou o bonde, pegou o celular e conversou com a pessoa. Se isso acontecesse em São Paulo, com certeza todos teriam xingado. Inclusive eu. O melhor de tudo é que dessa vez eu realmente peguei o bonde
andando e sentei na janelinha. Muito bom!



O terceiro acontecimento que vale a pena dividir foi no primeiro dia da viagem. Pegamos um táxi na Lapa para voltarmos ao albergue em Ipanema. Enquanto conversávamos com o motorista, ele simplesmente disse: "Eu também bebi! Tomei cinco garrafas! Aí pensei, vou ficar em casa fazendo o que? Vou trabalhar!". Eu e o Rafa já fizemos cara de espantados na hora, mas nossa expressão piorou quando ele completou a frase com "Estou com o olho pequenininho"...
A única coisa que o Rafa disse foi: "Abre o olho, moço. Pelo amor de Deus. Você está dirigindo" hahaha. Lembrando que na janela do táxi tinha uma adesivo escrito "Lei Seca". Aliás, tanto os taxistas quanto os motoristas de ônibus do Rio gostam de correr um pouquinho. Apesar do olho pequeno, chegamos bem ao albergue.

Posso dizer que no Rio, nós tivemos a experiência de andar de metrô, ônibus, avião, táxi, bondinho, bonde e até van... Como vocês saberão no próximo post.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Momentos de tensão no Rio de Janeiro

A viagem começou na sexta à noite, quando eu cheguei na casa do Rafa para comer pizza e tentar dormir, já que no sábado, antes das 6h da manhã tinhamos que acordar para ir ao aeroporto.

Pizza boa, assunto bom e muuuuita ansiedade. Se dormimos 3 horas foi muito.

No sábado, antes das 7h da manhã já estávamos no aeroporto, Eu, o Rafa e o Salbego, prontos para pegar o voo das 7h40. O voo foi tranquilo e às 9h da manhã já tinhamos chegado ao albergue em Ipanema, mas como a diária começava a valer somente às 14h, deixamos nossas malas lá e fomos para a praia de Ipanema, que fica a dois quarteirões de lá.

Andamos um pouco pelo calcadão e paramos em um quiosque. Ficamos lá por alguns minutos, mas logo eu e o Rafa fomos andar, enquanto o Salbego continuou lá. Observamos todos os detalhes de Ipanema e Leblon, mas no começo estranhamos muito a cidade. Como bem disse o Rafa várias vezes ela é "provenciana". Os prédios e as ruas destes bairros lembram muito cidades do interior, não parecem de praia, e chegam a lembrar também Jardins e Higienópolis, em São Paulo.




Depois de andanças e cervejas, fomos ao albergue guardar nossas coisas e já fomos almoçar. Mais uma vez em Ipanema, no Sindicato do Chopp. Comemos um churrasco misto, o que deu cerca de 30 reais para cada um. Como bem observou o Rafa em seu blog, no Rio de Janeiro comer não é nada barato.

Depois disso, enquanto o Salbego dormia, eu e o Rafa fomos andar mais por Ipanema e Leblon. Vimos as lojas, andamos pelas famosas ruas, entramos na livraria "Letras e Expressões" (Já fiz tanta nota de famosos lá que fiz questão de tirar uma foto) e até em uma igreja.

O albergue também fica próximo da Lagoa Rodrigo de Freitas, um dos lugares que eu e o Rafa fazíamos questão de conhecer. Nós havíamos decidido deixar para ir lá no domingo, mas como estava tão perto resolvemos conhecer rapidamente, mas combinamos que não iríamos tirar foto. Mal sabíamos que esta frase "Mas não vamos tirar foto hoje" ficaria tanto na nossa cabeça alguns minutos depois.


Observamos a Lagoa, comentamos como ela é bonita, olhamos ao seu reidor. Tudo bem na borda, encostados na água. Enquanto eu olhava para os prédios do outro lado da rua, o Rafa via a Lagoa. De repente, ele resolveu pedir para eu tirar uma foto, me chamou com a câmera na mão. Quando eu virei, sem querer encostei nele e a única coisa que nós dois lembramos, além da frase "mas não vamos tirar foto hoje", é da câmera caindo aos poucos da mão dele e indo para dentro da lagoa. Não tinha o que fazer, a não ser observar a câmera, dentro da capinha, caindo na Lagoa Rodrigo de Freitas.


Na hora, meu coração disparou, eu tremi e até a tonalidade da cena mudou. A Lagoa ficou parecida com o Rio Tietê. Sem pensar, o Rafa entrou na água e pegou a câmera. Ficamos alguns segundos em silêncio. Na volta para o albergue, não conseguia pensar em outra. Surpreendentemente, o Rafa tentava puxar assuntos diversos, mas no fundo eu sabia que ele também estava triste.

Deixamos a câmera desligada e esperamos ela secar. Depois, quando tentamos ligar, ela não funcionou mais. A sorte é que eu tinha levado a minha. Por uns minutos, o Rafa ficou desesperado e triste, e eu sem saber o que falar. Eu estava péssimo só de lembrar do dia que ele comprou a câmera e me mandou uma mensagem empolgado no celular contando a novidade. Este dia foi há pouco mais de um mês. Agora, a câmera está na assistência técnica, e nós esperamos para saber se tem conserto. Este assunto já está virando piada e pelo menos, além de dizer que a câmera caiu na água, o Rafa já pode contar para todos que ele entrou na Lagoa Rodrigo de Freitas para salvá-la.

No mesmo dia, ou na mesma noite, ainda fomos até a Lapa, região do Rio de Janeiro cheia de bares, mas que não chega aos pés da Vila Madalena, e depois, eu e o Rafa andamos mais uma vez pelo Calçadão. Isso à 1h da manhã. Quem diria que nós dois estaríamos andando sozinhos pelo Rio de Janeiro durante a madrugada? Sensacional.

domingo, 8 de novembro de 2009

Cinco motivos para amar São Paulo - Parte 1

Vou fazer uma pausa no Rio de Janeiro para falar de São Paulo. Sem praia, com pouco verde e cheio de gente, esta cidade não é somente o caos que todo mundo imagina. Por aqui também há muita coisa boa para fazer. Então, resolvi criar listinhas com algumas dessas coisas.

Para começar, resolvi falar da parte consumista de São Paulo. Os shoppings e as ruas que fazem milhões de pessoas saírem de casa todos os dias.

1 - São Paulo tem rua pra tudo

Não importa o que você quer, você vai encontrar. Tem a rua das noivas (São Caetano), a dos instrumentos musicais (Teodoro Sampaio), de eletrônicos e informática (Santa Ifigênia), moda barata (José Paulino), de lustres e luminárias (Consolação) e até de ferramentas (Florêncio de Abreu).

2 - 25 de março

Agora, imagine uma rua que misture todas as ruas. Essa é a 25 de março. Tudo o que você quer você encontra lá. Enfeites de Natal, confete para carnaval, fantasia, bijuterias, brinquedos, roupa, adesivos, eletrônicos (verdadeiros e falsos), cintos, carteiras, lingerie, acessórios, utensílios de cozinha. Enfim, tudo que você quiser em qualquer época do ano.

3 - O Mercadão de São Paulo

Construído entre 1926 e 1932, o Mercado Municipal, localizado no centro de São Paulo, é um dos locais mais tradicionais da cidade. Com mais de 12 mil metros quadrados, 14 mil pessoas circulam por lá por dia. É tanta comida boa, que cerca de 350 toneladas de alimentos passam pelo local diariamente. Frutas, azeitonas e todos os tipos de queijo. E mesmo se não for comprar, prepare-se para experimentar muita coisa.

4 - O famoso sanduíche de mortadela

Tambem está no Mercadão, um dos pratos mais típicos de São Paulo. Com queijo e tomate seco, ou apenas com os 300g de mortadela, mais de 1000 sanduíches são consumidos por dia no local. Isso sem contar, o também tradicional pastel de bacalhau. Agora, se você pretende ir em um fim-de-semana é bom ter paciência para esperar na fila e também para arranjar lugar para sentar.

5 - O melhor lugar para comprar

São quase 10 mil lojas instaladas nas dezenas de shoppings de São Paulo. O primeiro deles, também no Brasil, o Shopping Iguatemi, tradicional ainda hoje, foi inaugurado em 1966. Depois dele vieram muitos outros... West Plaza, Ibirapuera, Center Norte, o mais visitado no Brasil, talvez pelo fato de não cobrar estacionamento, Morumbi, Shopping D, Interlagos, Aricanduva e os mais recentes Higienópolis, Bourbon e Cidade Jardim. Sem contar os que estão ligados ao metrô, o que facilita a vida de quem não possui carro, como é o caso do Santa Cruz e do Tatuapé. Atualmente, além de serem os lugares prediletos dos paulistanos fazerem compras, os shoppings também possuem teatros e casas de show.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Aventuras no Rio de Janeiro - Parte 1



O Rio de Janeiro sempre fez parte da vida de todos os brasileiros. Mais do que qualquer outra cidade, a ex-capital do Brasil está todos os dias em evidência e dentro das nossas casas, principalmente, através das telenovelas da Rede Globo.

A verdade é que desde pequeno eu sempre quis conhecer o Rio de Janeiro, mas só agora, aos 21 anos, eu tive a oportunidade conhecer a cidade e descobrir se ela é tão maravilhosa assim.

A partir de hoje, vou contar todos os detalhes das nossas aventuras pelo Rio de Janeiro. Nossas, porque eu não fui sozinho. Tive as ótimas companhias do Rafael e do Salbego. Foram momentos incríveis que eu jamais vou esquecer.



Desde o dia em que decidimos comprar as passagens (R$89 pela Gol), o sábado que eu e o Rafa fomos comprar a minha mochila (e que aproveitamos para comer o famoso sanduíche de mortadela do Mercadão, como mostra a foto), toda a preparação do roteiro pessoalmente e por MSN, a ida ao The Fifties para combinar os últimos detalhes e, claro, a viagem em si.

Ipanema, Leblon, Copabacana, Urca, Corcovado, Pão de Açúcar, Lapa, Lagoa, Santa Teresa. Três dias e vários lugares que estarão para sempre comigo na memória e nas fotos. Aliás, foto é um assunto meio tenso nessa viagem. Mas isso é assunto para o próximo post.

sábado, 17 de outubro de 2009

Bons momentos para se sentir poderoso

Quando você vai pegar um ônibus lotado e consegue um lugar na janela, você tem que se sentir com o poder nas mãos. Afinal, pode chover ou ventar, mas quem irá decidir se a janela ficará aberta ou fechada é você.

Outra situação bastante confortável é ser o dono do controle remoto. Todos juntos vendo TV, mas o controle, literalmente, da situação está com você. Se você cansou do jogo bem na hora dos pênaltis, ninguém consegue te impedir de mudar de canal. Agora, imagine, você vendo um filme, cansa e quer logo saber o final. Você pode não ligar para ninguém e ir para a última cena sem dó nem piedade.

Ser o dono do jogo de tabuleiro também é uma experiência boa. Se você estiver ganhando, você joga até o fim, mas caso comece a perder de lavada, é só pegar o tabuleiro fechar e sair. Tipo o dono da bola... Acabaram com o seu jogo? Acabe com o jogo de todo mundo!

Em uma festa, ser o dono do rádio também pode significar bastante coisa. Imagina, você pode estar numa festa cheia de cults, mas, de repente, surgiu uma vontade de descer até o chão ao som do "Funk do Tigrão". Quem irá impedir você de tirar o CD do Chico Buarque e trocá-lo pelo Furacão 2000?

Para encerrar, quando você vai no supermercado com a sua família, você tem que ficar esperto e carregar o carrinho. Durante o caminho, você pode pôr aos poucos alguns produtos que você quer. Uma caixa de BIS, estrategicamente colocada embaixo da caixa de leite, um pacote de mentos, perto da alface, e um pacote da bolacha mais cara, entre os pacotes de Passatempo. Na hora de passar as compras, você embola tudo e sai correndo.

Ficam as dicas mais egoístas do mundo escritas por alguém que está tentando ser menos egoísta a cada dia.

sábado, 19 de setembro de 2009

Se as garotas do Leblon não olham mais pra mim...

Usar um óculos com grau forte sempre foi um dos assuntos discutidos por mim nos meus blogs, tanto que, antes de se chamar "Conforme For", este blog recebia o nome de Lente de Aumento.

Quando eu era criança, arranjava várias brigas por causa do óculos. Não aguentava ouvir alguém me chamar de "4 olhos", e quando alguém falava "Nossa, mas você consegue enxergar alguma coisa sem óculos?", eu logo dizia "Consigo ver sua cara de idiota com óculos e sem óculos".

Acho que este foi um dos motivos de eu ter construído uma auto-defesa muito grande. O tempo foi se passando e eu parei de me incomodar tanto com o óculos e com as pessoas que falavam dele. Sempre dizia que ele era o meu melhor amigo. E é verdade, afinal, ele está comigo em todos os momentos da minha vida. Bons ou ruins, o óculos está lá me ajudando a enxergar tudo como realmente é.

Às vezes, eu até queria que ele não existissse. Tem tanta coisa que seria melhor não ver nitidamente.

De qualquer forma, ainda tem uma coisa que me irrita muito. Por que sempre que alguém de óculos vai tirar uma foto um chato fala para tirar o óculos? Eu não tiro de jeito nenhum. Se eu sair sem óculos não sou eu que estou na foto. A não ser que eu esteja de lente, aí é outra história.

Sempre disse que se alguém quisesse ser meu amigo não deveria nunca me perguntar o que eu tenho no olho "É miopia?", nem quantos graus. Confesso que isso ainda me deixa incomodado, e quando alguém me pergunta, por mais que seja sem maldade, eu tento desviar o assunto e de qualquer forma invento. Sempre falo que eu tenho 10 graus, embora, nem eu mesmo saiba quantos graus exatamente eu tenho.

Ahh, outra coisa. Cirurgia só depois dos 21 anos e meu grau ainda não pode ser zerado. Portanto, esta pergunta a gente pode evitar também.

Faço do meu óculos a minha marca registrada. Se eu fosse famoso, lançaria heróis de brinquedo com óculos, jogos com óculos, óculos em forma humana e usaria um óculos como meu logotipo hahaha. Aliás, só tenho até o fim deste ano para quando for escrever "2009", fazer um óculos com os dois zeros do ano.

Dedico então este post ao meu grande amigo, companheiro de todas horas, que me faz ver o mundo como ele é! Obrigado óculos!

domingo, 13 de setembro de 2009

Roendo as unhas sem parar

Eu queria escrever alguma coisa engraçada, principalmente por ter assistido ontem à peça "Surto", uma das melhores que eu já vi. Mas não dá para ser engraçado quando você não está se sentindo feliz.

Fiquei pensando exatamente nisso. E as pessoas que vivem do humor? Como elas conseguem fazer os outros rirem quando estão com vontade de chorar? Acho que é mais fácil fazer os outros chorarem, mesmo quando você está alegre, do que fazer rir quando você não está bem.

Às vezes eu fico com medo deste blog virar uma versão online de um diário de uma menina de 15 anos. Essa coisa de escrever sempre em primeira pessoa aqui me deixa preocupado. Aquela necessidade de escrever sobre seu cotidiano, sua vida, as decepções, os medos e as pessoas. Será que é melhor me limitar aos 140 caracteres do Twitter?

Na verdade, eu ainda prefiro que este blog fique parecido com um diário de uma menina do que eu ser atacado pela auto-censura e evitar falar de coisas que eu sempre gostei de falar.

Prometo que meu próximo texto será sobre qualquer fato do cotidiano que seja interessante de contar.

Por mais que eu continue roendo unhas sem parar, com uma sensação estranha de ansiedade e uma tensão ligada a algo que eu não tenho controle. Talvez, escrever sobre futilidades faça com eu divirta que está lendo e me divirta.

Como bem disseram para mim, o meu maior problema é que eu penso demais. Por isso, às vezes eu queria ser a Tati Quebra Barraco, a Carla Perez, o Kléber Bambam ou até a Mulher Melancia. Pensar pra que?

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A partir de agora

Estou numa sequência de posts clichês, talvez porque eventos clichês estejam rodeando a minha vida.

Mas o texto de hoje é porque eu sinto uma necessidade imensa de vir aqui escrever. A gente passa o tempo todo correndo, reclamando, brigando e discutindo com as pessoas que a gente gosta, sempre tentando encontrar problemas para discutir mais e mais, e de repente, a vida nos traz exemplos de que não somos nada, de que de repente tudo pode acabar.

Este exemplo veio de uma pessoa que eu não cheguei a conhecer, somente cruzei algumas vezes na faculdade, mas que tinha uma vida muito parecida com a minha. Estudante, jovem, saudável, mas de repente, em alguns dias, vai parar num hospital e não sai viva de lá.

Infelizmente, somente nessas horas a gente sente vontade de viver sem complicar, de agradecer a Deus por tudo e por todos, e dizer para algumas pessoas como elas são importantes para nós. É aquele sentimento de "podia ter sido comigo".

A internet expõe tanto as pessoas, que, através do twitter podemos ler os últimos momentos de sua vida. É estranho ver que há exatos seis dias, ela brincava sobre o hospital em que estava internada, e há 8 dias, ela dizia que não estava com nada grave, que ficaria internada até segunda ordem.

A vida assusta! A morte surpreende! Por que nós complicamos tanto? Por que reclamamos tanto? Por que não levamos nossa vida da melhor maneira possível? Por que não agradecemos e não abraçamos quem nós amamos mesmo sem ter um motivo aparente? Somos realmente idiotas!

Eu me arrependo muito de todos os momentos em que eu fechei a cara nessa semana sem ter grandes motivos, em que me estressei, e fui mal educado com as pessoas que eu amo. Não posso desperdiçar a possibilidade de sorrir, de dar risadas com as pessoas que eu gosto. Não posso perder a oportunidade de dizer isso para elas.

Farei isso a partir de agora.

domingo, 23 de agosto de 2009

Autoajuda pra mim mesmo

Uma coisa me fez pensar muito nesses últimos dias. Em sua primeira aula, um professor da faculdade deu uma ficha para nós preenchermos, entre as perguntas estava: "Qual a cidade que você mais gostou de conhecer?". Respondi todas, inclusive os países que eu tenho vontade de ir, e deixei essa para o final.

Pensei por alguns minutos, lembrei de todos os lugares que eu já fui na minha vida e vi que ainda não havia nenhuma cidade que realmente tinha gostado de conhecer. Comecei a pensar em tudo que já aconteceu e em todos os momentos que eu considero inesquecíveis em minha vida.

Por uns instantes, fiquei com aquela sensação de desespero, pensei "será que eu fiz tudo que eu devia ter feito?", "será que eu aproveitei tudo o que eu tinha para aproveitar?". Me deu vontade de sair correndo, largar tudo e pegar um avião para qualquer lugar do mundo.

Depois disso, percebi que para mim, não é somente isso que conta. Cada momento da vida tem um significado importante e que as pequenas coisas me deixam feliz. Não sei até que ponto isso é bom, mas eu vi que às vezes, um programa de televisão, uma ida ao shopping, um filme, um passeio na rua, hamburguer com os amigos, vale muito mais do que tantas coisas consideradas luxuosas.

É claro que eu tenho muita vontade de conhecer o mundo todo, de sair viajando por todos os lugares e conhecer as diversas culturas, mas, enquanto isso, vejo que o que faz a minha alegria, na maior parte das vezes, são os pequenos momentos, algumas vezes segundos e minutos que se tornam inesquecíveis.

Por isso, eu sempre encontro alguma coisa para me deixar animado e ansioso. Essa semana, por exemplo, é a estreia de "Os Normais 2" que está me deixando assim. E depois, tudo isso me dá saudade.

Eu sinto saudade até do dia que eu fui assistir Planeta dos Macacos, em 2001, com os meus amigos. O filme era chato, mas o momento me marcou. Assim como, todas as vezes que nos reunimos para ver os filmes de terror mais bizarros do mundo. Eu sei que todos estes momentos que eu vivo agora também irão me marcar e que eu sentirei saudades deles em um futuro não tão distante. Por isso, vivo todos os momentos já com a consciência de que eles serão inesquecíveis, tiro fotos e sempre penso em alguma música que me fará lembrar de cada um deles.

Ok... Este foi mais um post "autoajuda". Prometo que o próximo não será focado no meu "eu". hahaha

PS: Olha que louco, mas eu tenho saudade até das idas, que na época era muito chatas, ao shopping com a minha mãe quando eu era pequeno. Ficava horas sentado entre os cabides da loja, mas no fim ganhava lanche do Mc Donalds e escolhia um CD nas Lojas Americanas hahaha.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Lugares comuns

Tem duas coisas que tem me incomodado muito ultimamente. Além da minha foto achatada no Orkut, é claro.

A primeira delas é o elevador. Não entendo muito bem o motivo das pessoas desconhecidas quererem tanto se transformar em melhores amigas de infância do clima durante alguns andares.

Toda vez que você entra no elevador, a cena se repete. Se ele está vazio, você dá um suspiro aliviado, mas se tem uma pessoa, já começa aquela tensão de "será que eu puxo assunto?". Não! Não puxe assunto. Vocês não se conhecem e não precisam comentar que está frio lá fora. Sem contar que, muitas vezes, o clima (e nesse caso não é meteorologia) está tão estranho que, sem querer, você reclama do calor, enquanto na verdade os termômetros marcam recordes de temperatura baixa.

Se você pretende ter assunto no elevador, entre, pelo menos, duas ou três vezes no site do Climatempo. Afinal, com esse papo de aquecimento global, não é raro os termômetros oscilarem muito em questão de minutos e, neste caso, além de fama de "sem assunto", você vai ficar conhecido como "mentiroso".

Você não precisa ser mal educado, mas um "Bom Dia", "Obrigado" já bastam no elevador.

O outro assunto que me incomoda tem relação com o elevador, afinal, também é um ambiente fechado em que várias pessoas que nunca se viram antes passam alguns momentos juntas. Um dos grandes problemas do metrô é o mesmo do elevador. As pessoas não esperam quem está dentro sair para entrar.

Mas irritante mesmo é na escada rolante. O aviso bem grande diz para deixar a esquerda livre para circulação, mas, algumas pessoas fazem questão de parar na esquerda. Tudo bem, eu aceito, já que nem todos sabem o que é direita e esquerda, mas para aqueles que param no meio da escada não tem perdão.

Hoje mesmo eu presenciei uma cena patética entre uma única estação e outra. O metrô estava cheio, mas com o surto de gripe suína, as pessoas estão com medo e evitam ficar muito próximas, mas havia um casal de jovens que fazia questão de trocar beijos dentro do vagão.

Tanto lugar para beijar! Namorar dentro do metrô é muito triste! Para completar a cena, eu fui obrigado a tirar os meus fones do ouvido. Eu não conseguia acreditar que ouvia o casal trocando palavras, além dos beijos, em linguagem infantil. Sim! Eles estavam falando como se fossem bebês. "Mozinhuuu quer beijinhu... né?". Sorte que eu já ia descer na próxima estação, se não, seria caso de terapia. Mais para eles, do que para mim.

domingo, 9 de agosto de 2009

Piscar de olhos

Nada mais clichê do que dizer que tudo passou num piscar de olhos. Aliás, o assunto deste post é algo tão batido e comentado que parece nem ter importância. Mas é que de repente, nós percebemos que tudo passou tão rápido...

É incrível pensar na velocidade com que os últimos dez anos passaram. Pode não ter sido num piscar, mas em alguns. Em 2001, eu lembro exatamente do dia que as torres gêmeas desabaram, eu, no alto dos meus 13 anos, nem imaginava o que estaria por vir nos próximos tempos. Lembro que enquanto eu voltava da escola, vi que a Globo havia tirado o SPTV do ar para falar do ataque e eu ainda pensei "não acredito que interromperam a programação para falar disso".

Um ano depois e eu estava na oitava série. Ainda tenho guardado um jornal em que eu e todos aqueles que até então seriam meus amigos para sempre escrevemos uma certa data em que nos encontraríamos todos anos. Sete anos se passaram e raramente todos nós nos vemos.

De 2003 a 2005 foram tantos acontecimentos tão diferentes que nem deu para sentir, quando eu vi, já estava prestando vestibular. Assim como quando abri os olhos e estava dentro de uma sala de um cursinho e, pouco depois, cheio de tinta no trote da faculdade.

Um ano depois e eu já tinha todas as responsabilidades que sempre ouvia as pessoas reclamando. Tarefas, chefe, bronca, contas e, felizmente, salário. E agora, já estamos quase chegando no final da primeira da década de 2000.

E você lembra que diziam que o mundo acabaria na virada do milênio? Será que acabou e tudo isso que estamos vivendo é invenção?

Não sei se quanto mais velho nós ficamos, mais rápido passam as coisas, ou se até para as crianças o tempo está voando. Só sei que ainda me surpreendo quando lembro que de 2001 para cá já se pasaram 8 anos e que a Maisa Silva, uma das estrelas atuais da TV, nasceu em 2002, quando eu já tinha 14 anos. Tudo isso sem contar que todas as loiras que animavam minhas manhãs já estão próximas dos 40...

sábado, 18 de julho de 2009

Eu também mereço

Dizem que algumas coisas devem ser guardadas somente para nós, mas essa eu faço questão de dividir com todos.

Desde pequeno, eu sempre via nos programas de auditório as histórias tristes de telespectadores e famosos, a plateia interagindo com tristeza e no final, após as lágrimas e a música lenta, a ajuda que a atração conseguia oferecer ao convidado do dia.

Era este momento final que me chamava mais atenção. Quando a plateia levantava e gritava em alto e bom som "Ele merece! Ele merece! Ele merece" (Por favor, se você não leu no ritmo correto e cantado, volte e grite de novo). Para mim, não existia uma representação maior de programa de auditório popular do que esta frase ovacionada pelas pessoas.

Toda vez que eu via na TV alguém gritando esta frase, eu falava que um dia chegaria o meu momento de pronunciar estas palavras em um programa de televisão. Depois de muito tempo, este dia finalmente chegou.

Foram alguns segundos inesquecíveis. Eu me empolguei muito, só não superou a vez que eu presenciei o Latino cantando Festa no Apê em um outro programa.

Não é que eu e as pessoas que foram comigo até o local (e eu faço questão de dar os nomes, mas sem sobrenomes para que eles não fiquem bravos, Rafael, Raquel e Amanda) sejamos bregas, é que nós dançamos conforme a música (só esta frase já é brega, né?), e se estamos na chuva, temos que ficar ensopados, afinal, ajoelhou, tem que rezar.

Ditados populares de lado (e acho que dessa vez eu não troquei nenhum. Minha maior dificuldade é com aquele "Deus escreve certo em linhas tortas" e "Você colhe aquilo que planta", sempre troco a ordem), foi mais um dia brega e inesquecível.

Ossos do ofício!

hahaha post cheio de clichês para um dia cheio de clichês! Então, nada como encerrar com aquela frase... O que importa é ser feliz.

PS: Desculpem pelo excesso de parênteses!

sábado, 11 de julho de 2009

Desabafo de um magro

Todo dia é a mesma coisa. A gente vê na tv e lê nas revistas dicas para quem está um pouco (ou muito) acima do peso e precisa perder uns quilinhos. Também acompanhamos depoimentos dramáticos de quem quis tanto emagrecer que acabou com aneroxia.

Mas nunca, nunca mesmo, vemos nada para quem é magro e precisa ganhar peso. Eu como, como, como, mas não engordo, e sempre escuto "Sorte sua!". Sorte? Sorte é comer o suficiente, engordar o suficiente, emagrecer o bastante e ficar com o peso ideal.

O problema é que as mesmas pessoas que dizem que você tem sorte por não engordar, recriminam você por ser magro. É uma espécie de preconceito mesmo. Tem preconceito contra gordos, baixos, altos e, sim, contra magros.

Tá. Estou exagerando no drama. Mas não canso de ouvir desde sempre as pessoas falando que eu preciso engordar, ou "Nossa! Esse menino não deve comer nada para ser tão magro assim". Eu percebi que a coisa estava crítica quando um dia, entrando na padaria (Sim! Sou magro, mas frequento padaria e como hamburguer e chocolate), um mendigo me disse: "Moço magro, moço magro, me dá um real". Pensa, se um mendigo com fome conseguiu me achar magro é porque a coisa estava feia mesmo.

Aí eu comecei a tentar engordar, mas não adiantou, como, como, como e não engordo e o pior de tudo é que semana passada fui me pesar e a surpresa? Emagreci um quilo. Prefiro acreditar que foi a balança.

E uma vez que eu estava com calça social preta e uma mulher, gorda, claro, me chamou e disse "Você não devia usar essa calça". Na hora, eu pensei que a cueca estava aparecendo ou que a calça estava furada. Ingenuidade minha. Ela virou para mim e disse "Você já é magro e essa calça só te emagreci mais. Daqui a pouco aparece só a calça aqui". Eu fiquei tão irritado, mas tão irritado, que falei pra ela "Melhor ser muito magro do que gordo, né?". Ela fez uma cara e me deu um murro mentalmente. Certeza que no dia seguinte ela se matriculou em uma academia.

Não é bom ser magro demais, nem gordo demais. O bom é ter o peso ideal, o difícil é achar esse peso. Enquanto isso, eu continuo comendo meu hamburguer e meu chocolate e torcendo para que na semana que vem, quando eu for pesar de novo, eu tenha engordado um quilo e voltado ao meu peso anterior. Pelo menos isso, já que chegar ao peso certo está difícil.

PS: Para não criar contrangimentos, vamos evitar perguntar quanto a pessoa pesa. Isso fere um coração gordo e também um magro hahaha.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Brega é tu!

Esta semana eu ouvi uma frase que me fez refletir um pouco. "Você pode tirar o pobre da favela, mas não tira a favela do pobre". Sem nenhum preconceito, mas esta é uma grande verdade.

O dinheiro pode transformar qualquer um, como é o caso da (pausa para pensar em adjetivos) simpática Carla Perez. Não que hoje ela seja a mais bonita de todas, mas em comparação com o começo de sua vida profissional, ela é uma nova mulher.

Apesar disso, o dinheiro não é solução para todos. Pense em uma pessoa muito brega. Agora pense em uma pessoa muito rica. Pensou em antônimos, né? Não! Neste caso, estes dois adjetivos se encontram no mesmo ser humano, e este atende pelo nome de Joelma. Ela é milionária, mas é tão brega quanto a sua conta bancária.

Mas não precisamos ir tão longe, o que tem de gente que faz questão de dizer que bateu o carrrrtão atrasado na firrrma na hora do almoço por ter deixado a marrrrmita esquentando e esqueceu da vida ou por ter perdido o bilhete único...

Aliás, já deviam lançar um livro de etiqueta para internet. O Orkut é o maior exemplo de como uma pessoa pode ser brega. Não faltam álbuns com fotos em carros que não são dos que estão na imagem...

Tá bom, para encerrar politicamente correto, eu também acho que o que importa é ser feliz e também tenho minhas manias bregas. Pena que eu não sou milionário, se eu tivesse um terço do dinheiro da Joelma, eu também pintava meu cabelo de loiro gema e saía por aí gritando "Calypso".

domingo, 5 de julho de 2009

A partir do nada

Fiquei pensando se hoje eu teria algum assunto minimamente interessante para escrever neste blog. Nada de importante veio na minha cabeça. Então, resolvi abrir o bloco de notas e ver o que poderia sair. Portanto, tudo o que você ler a partir de agora foi inspirado em nada.

Aproveitei estes minutos em que estou sozinho, sem falar com ninguém no MSN, nem pessoalmente, para ouvir músicas e é incrível como cada uma delas faz com que um filme passe na minha cabeça. Todos os momentos da minha vida são marcados por músicas. Lembro da música que eu gostava de cantar quando eu era pequeno, da música que fazia sucesso na época da minha formatura do pré (Daniela Mercury "Azul é a cor do país" hahaha), e de vários outros anos. Sem falar nas músicas que eu sei que marcarão esta fase atual da minha vida.

Algumas músicas trazem boas recordações, outras nem tanto. Mas sempre penso em músicas. Para escrever, gosto de ouvir música. Neste momento, por exemplo, está tocando "Telegrama", do Zeca Baleiro. Esta música também me traz algumas lembranças.

Mas voltando à música da Daniela Mercury, de 1994, esta semana eu li que o Parque da Mônica terá que sair do shopping Eldorado e ir para outro lugar. Como isso me lembra infância. É tão estranho já sentir tanta saudade daquele tempo. Eu lembro quando minha altura era 1,36, de quando eu calçava 32 e da época em que eu fazia vários planos para as férias e ficar o dia todo na piscina era a minha maior diversão.

De repente, quando a gente menos percebe, nossa vida mudou completamente. Nós crescemos e não percebemos. São tantas coisas e pessoas que entraram e saíram de nossas vidas. Algumas que nunca mais veremos, por falta de tempo ou por não poder mais, outras que nem lembramos mais, e algumas que estarão sempre conosco.

Às vezes, eu sinto medo de me apegar muito a algumas pessoas. De criar laços fortes. Porque eu sei que por mais que nós tentemos, um dia cada um vai para um canto e acabamos sofrendo. Sempre quando eu perco alguém que eu gosto muito, fico com vontade de me isolar do mundo. Talvez sozinho você não sinta tanta dor, pois você não terá como sofrer a perda de alguém, já que você não tem ninguém. Mas solidão é mais triste do que a despedida.

E esta despedida não é só a morte, a gente sabe que algumas coisas da vida, ou todas, tem começo, meio e fim. E temos a noção de que aquilo que estamos vivendo irá chegar ao fim, e que aquelas pessoas que você vê todos os dias, talvez em algum momento você nunca mais as verá. Querendo ou não, nós temos contato com grande parte das pessoas porque algo nos exige isso. A escola, a academia, o curso de inglês, a faculdade, o trabalho. Por mais que prometemos para nós mesmos que não vamos nos afastar, acabamos nos afastando.

Nunca esqueço da minha última aula no curso de inglês, em 2006. Depois de quase seis anos com a mesma turma e professora, havíamos criado um laço muito forte e a professora, chorando, disse exatamente isso. "Não sei porque me apego tanto com as pessoas. Vou sentir muita saudade". Na hora, todos nós prometemos que não iríamos sumir, que sempre estaríamos por perto. Quase três anos se passaram e nós nos encontramos apenas mais uma vez.

Mesmo assim, tem pessoas que a distância, o tempo e a afinidade não separam por nada. E quando separam, há, pelo menos, fotos, memória e músicas que nos fazem lembrar delas. Mais do que amizade, alguns podem ser considerados irmãos. E irmãos, por mais que a vida os distancie, estão eternamente ligados pelo sangue.

domingo, 28 de junho de 2009

Michael Jackson me dava medo

Morreu o Michael Jackson! Ele fazia parte daquele seleto grupo de pessoas que a gente acha que nunca vai morrer.

A verdade é que nos últimos anos o Rei do Pop já não estava mais vivo. A cada dia, ele aparecia pior e aquele famoso cantor ganhava destaque nos tablóides por suas maluquices e virava até mesmo personagem de filme de terror.

Eu sempre gostei de ouvir as músicas do Michael Jackson, mas confesso que para mim, desde pequeno, não era nada agradável vê-lo. Eu sempre tive muito medo do Michael Jackson. Lembro que uma vez enquanto passava um show dele na TV, corri para o quarto e fiquei embaixo das cobertas com medo do MJ aparecer ali. Infelizmente, para mim ele era mais pavoroso que um palhaço ou que o Jason.

Sempre soube da importância dele para a música e sempre valorizei isso, mas ao vê-lo pela TV eu tinha a mesma sensação de ver um personagem de filme de terror. Talvez a própria vida dele possa ser dividida em drama, sucessos e terror. Não conseguia entender como as pessoas tinham coragem de chegar perto dele, de dar a mão para ele. Só de pensar em um dia vê-lo de perto já me dava desespero. Isso sem contar em pensar como ele conseguia levar a vida dele. Quais eram os medos, as aflições, as inseguranças, os sonhos do Michael Jackson? A gente esquecia que ele era uma pessoa! Ela sentia fome, ia no banheiro, precisava comer e dormir. Mas para mim, ele era um monstro!

O mundo acompanhou a ascensão e a destruição de um mito. Com o passar do tempo, o meu sentimento de medo se transformou em dó e aflição. Ouvir aquele homem falar e agir como criança me deixava aflito. Não sou ninguém para julgar, mas acredito na inocência dele, acho que ele via as crianças como amigas. Ele viveu como adulto a infância, e como criança a fase adulta.

Talvez ele seja uma das maiores representações do que a fama e o estrelato podem fazer com uma pessoa. Mais do que mostrar aos meus filhos um dos maiores ícones da cultura pop mundial, vou mostrar alguém que me assustava na infância e que fez muito mais do que a música do Video Show.

E nem morrer em paz ele conseguiu.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Vergonha Alheia

Em época de São Paulo Fashion Week, vale a pena eu (re)contar uma história que eu presenciei na Bienal, em 2006.

Eu havia acabado de assistir ao desfile de Carlos Tufvesson, visto toda a imprensa morrendo para conseguir cobrir e entrevistar os famosos, entre eles o Luciano Huck, que estava na plateia. Como sempre, quando o desfile acabou, eu me infiltrei na imprensa e fui parar no backstage. Os jornalistas e fotógrafos quase se batiam para conseguir uma foto exclusiva da Angélica, que havia desfilado.

Quando eu entrei no camarim, fiquei bem no canto. Todos os repórteres gritavam "Cadê a Angélica?", "Cadê o Luciano?", de repente, quando eu olho para o lado, os dois estavam ali, escondidos. Sem nem pensar, eu gritei "Eles estão vindo" e quase fui esmagado. Apesar disso, foi engraçado acompanhar de perto a luta pelo melhor ângulo.

Mas o fato engraçado e trágico aconteceu depois de tudo isso. Depois de sair do backstage, eu fui ver o desfile pelo telão. De repente, o Carlos Tufvesson estava do meu lado, vendo pela primeira vez sua coleção.

Nesse tempo, surgiu um homem, que também parou para observar a movimentação. Enquanto ele via as cenas, fazia uns comentários: "Nossa, que desfile bonito", "Que bela roupa", "Que modelo magra! Mas de quem é essa coleção?".

Não satisfeito, o cara virou para o Carlos Tufvesson e perguntou "Esse desfile é de que marca?". O estilista respondeu: "Carlos Tufvesson". O cara retrucou: "Não conheço. Quem é o estilista?". "EU"!

Foi um dos momentos em que eu senti mais vergonha alheia na minha vida.

PS: Tá! Eu também não sabia quem era Carlos Tufvesson até pouco antes disso!

domingo, 31 de maio de 2009

A luta pelos dois centavos

A luta pelos centavos nos trocos sempre foi um dos momentos mais chatos das idas aos supermercados. Pior do que enfrentar a fila, é ouvir aquele "Posso ficar te devendo um centavo?". Não, não pode!

Posso ser chato, mas já arranjei várias brigas por causa desses vários uns centavos, que hoje já devem somar uns dois reais. Tudo bem, é pouco, mas vamos samar... Se cada um neste período deixou R$2 no supermercado, imagine quanto eles ganharam com isso.

Enfim, hoje vou contar mais um fato que envolve esta minha luta pelos centavos. Semana passada fui ao supermercado com o meu pai para comprar um produto que custava R$2,78. Para a minha surpresa, ao passar pelo caixa, a moça disse "R$2,80". Como assim? Agora eles já arredondam o valor? Por que não arredondar para para R$2,75?

Não aguentei e perguntei se o preço não estava errado. Revoltada, a mulher do caixa disse, "Tá, R$2,78". E para completar a situação, meu pai ainda defendeu a moça:

- A culpa não é dela - disse meu pai.

- Eu sei que não é, mas a obrigação dela é falar o preço exato e não ficar arredondando para cima.

E o pior. Ela tinha no caixa os dois centavos de troco.

- Você vai querer os dois centavos?

- Não, não precisa - meu pai respondeu

- Como não precisa? É óbvio que eu quero.

Ela simplesmente abriu a gaveta e tirou os dois centavos.

Tudo bem que eu nem sei onde eu coloquei esses dois centavos, mas quero ver esta pessoa arredondar o preço para cim outra vez.