sábado, 18 de julho de 2009

Eu também mereço

Dizem que algumas coisas devem ser guardadas somente para nós, mas essa eu faço questão de dividir com todos.

Desde pequeno, eu sempre via nos programas de auditório as histórias tristes de telespectadores e famosos, a plateia interagindo com tristeza e no final, após as lágrimas e a música lenta, a ajuda que a atração conseguia oferecer ao convidado do dia.

Era este momento final que me chamava mais atenção. Quando a plateia levantava e gritava em alto e bom som "Ele merece! Ele merece! Ele merece" (Por favor, se você não leu no ritmo correto e cantado, volte e grite de novo). Para mim, não existia uma representação maior de programa de auditório popular do que esta frase ovacionada pelas pessoas.

Toda vez que eu via na TV alguém gritando esta frase, eu falava que um dia chegaria o meu momento de pronunciar estas palavras em um programa de televisão. Depois de muito tempo, este dia finalmente chegou.

Foram alguns segundos inesquecíveis. Eu me empolguei muito, só não superou a vez que eu presenciei o Latino cantando Festa no Apê em um outro programa.

Não é que eu e as pessoas que foram comigo até o local (e eu faço questão de dar os nomes, mas sem sobrenomes para que eles não fiquem bravos, Rafael, Raquel e Amanda) sejamos bregas, é que nós dançamos conforme a música (só esta frase já é brega, né?), e se estamos na chuva, temos que ficar ensopados, afinal, ajoelhou, tem que rezar.

Ditados populares de lado (e acho que dessa vez eu não troquei nenhum. Minha maior dificuldade é com aquele "Deus escreve certo em linhas tortas" e "Você colhe aquilo que planta", sempre troco a ordem), foi mais um dia brega e inesquecível.

Ossos do ofício!

hahaha post cheio de clichês para um dia cheio de clichês! Então, nada como encerrar com aquela frase... O que importa é ser feliz.

PS: Desculpem pelo excesso de parênteses!

sábado, 11 de julho de 2009

Desabafo de um magro

Todo dia é a mesma coisa. A gente vê na tv e lê nas revistas dicas para quem está um pouco (ou muito) acima do peso e precisa perder uns quilinhos. Também acompanhamos depoimentos dramáticos de quem quis tanto emagrecer que acabou com aneroxia.

Mas nunca, nunca mesmo, vemos nada para quem é magro e precisa ganhar peso. Eu como, como, como, mas não engordo, e sempre escuto "Sorte sua!". Sorte? Sorte é comer o suficiente, engordar o suficiente, emagrecer o bastante e ficar com o peso ideal.

O problema é que as mesmas pessoas que dizem que você tem sorte por não engordar, recriminam você por ser magro. É uma espécie de preconceito mesmo. Tem preconceito contra gordos, baixos, altos e, sim, contra magros.

Tá. Estou exagerando no drama. Mas não canso de ouvir desde sempre as pessoas falando que eu preciso engordar, ou "Nossa! Esse menino não deve comer nada para ser tão magro assim". Eu percebi que a coisa estava crítica quando um dia, entrando na padaria (Sim! Sou magro, mas frequento padaria e como hamburguer e chocolate), um mendigo me disse: "Moço magro, moço magro, me dá um real". Pensa, se um mendigo com fome conseguiu me achar magro é porque a coisa estava feia mesmo.

Aí eu comecei a tentar engordar, mas não adiantou, como, como, como e não engordo e o pior de tudo é que semana passada fui me pesar e a surpresa? Emagreci um quilo. Prefiro acreditar que foi a balança.

E uma vez que eu estava com calça social preta e uma mulher, gorda, claro, me chamou e disse "Você não devia usar essa calça". Na hora, eu pensei que a cueca estava aparecendo ou que a calça estava furada. Ingenuidade minha. Ela virou para mim e disse "Você já é magro e essa calça só te emagreci mais. Daqui a pouco aparece só a calça aqui". Eu fiquei tão irritado, mas tão irritado, que falei pra ela "Melhor ser muito magro do que gordo, né?". Ela fez uma cara e me deu um murro mentalmente. Certeza que no dia seguinte ela se matriculou em uma academia.

Não é bom ser magro demais, nem gordo demais. O bom é ter o peso ideal, o difícil é achar esse peso. Enquanto isso, eu continuo comendo meu hamburguer e meu chocolate e torcendo para que na semana que vem, quando eu for pesar de novo, eu tenha engordado um quilo e voltado ao meu peso anterior. Pelo menos isso, já que chegar ao peso certo está difícil.

PS: Para não criar contrangimentos, vamos evitar perguntar quanto a pessoa pesa. Isso fere um coração gordo e também um magro hahaha.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Brega é tu!

Esta semana eu ouvi uma frase que me fez refletir um pouco. "Você pode tirar o pobre da favela, mas não tira a favela do pobre". Sem nenhum preconceito, mas esta é uma grande verdade.

O dinheiro pode transformar qualquer um, como é o caso da (pausa para pensar em adjetivos) simpática Carla Perez. Não que hoje ela seja a mais bonita de todas, mas em comparação com o começo de sua vida profissional, ela é uma nova mulher.

Apesar disso, o dinheiro não é solução para todos. Pense em uma pessoa muito brega. Agora pense em uma pessoa muito rica. Pensou em antônimos, né? Não! Neste caso, estes dois adjetivos se encontram no mesmo ser humano, e este atende pelo nome de Joelma. Ela é milionária, mas é tão brega quanto a sua conta bancária.

Mas não precisamos ir tão longe, o que tem de gente que faz questão de dizer que bateu o carrrrtão atrasado na firrrma na hora do almoço por ter deixado a marrrrmita esquentando e esqueceu da vida ou por ter perdido o bilhete único...

Aliás, já deviam lançar um livro de etiqueta para internet. O Orkut é o maior exemplo de como uma pessoa pode ser brega. Não faltam álbuns com fotos em carros que não são dos que estão na imagem...

Tá bom, para encerrar politicamente correto, eu também acho que o que importa é ser feliz e também tenho minhas manias bregas. Pena que eu não sou milionário, se eu tivesse um terço do dinheiro da Joelma, eu também pintava meu cabelo de loiro gema e saía por aí gritando "Calypso".

domingo, 5 de julho de 2009

A partir do nada

Fiquei pensando se hoje eu teria algum assunto minimamente interessante para escrever neste blog. Nada de importante veio na minha cabeça. Então, resolvi abrir o bloco de notas e ver o que poderia sair. Portanto, tudo o que você ler a partir de agora foi inspirado em nada.

Aproveitei estes minutos em que estou sozinho, sem falar com ninguém no MSN, nem pessoalmente, para ouvir músicas e é incrível como cada uma delas faz com que um filme passe na minha cabeça. Todos os momentos da minha vida são marcados por músicas. Lembro da música que eu gostava de cantar quando eu era pequeno, da música que fazia sucesso na época da minha formatura do pré (Daniela Mercury "Azul é a cor do país" hahaha), e de vários outros anos. Sem falar nas músicas que eu sei que marcarão esta fase atual da minha vida.

Algumas músicas trazem boas recordações, outras nem tanto. Mas sempre penso em músicas. Para escrever, gosto de ouvir música. Neste momento, por exemplo, está tocando "Telegrama", do Zeca Baleiro. Esta música também me traz algumas lembranças.

Mas voltando à música da Daniela Mercury, de 1994, esta semana eu li que o Parque da Mônica terá que sair do shopping Eldorado e ir para outro lugar. Como isso me lembra infância. É tão estranho já sentir tanta saudade daquele tempo. Eu lembro quando minha altura era 1,36, de quando eu calçava 32 e da época em que eu fazia vários planos para as férias e ficar o dia todo na piscina era a minha maior diversão.

De repente, quando a gente menos percebe, nossa vida mudou completamente. Nós crescemos e não percebemos. São tantas coisas e pessoas que entraram e saíram de nossas vidas. Algumas que nunca mais veremos, por falta de tempo ou por não poder mais, outras que nem lembramos mais, e algumas que estarão sempre conosco.

Às vezes, eu sinto medo de me apegar muito a algumas pessoas. De criar laços fortes. Porque eu sei que por mais que nós tentemos, um dia cada um vai para um canto e acabamos sofrendo. Sempre quando eu perco alguém que eu gosto muito, fico com vontade de me isolar do mundo. Talvez sozinho você não sinta tanta dor, pois você não terá como sofrer a perda de alguém, já que você não tem ninguém. Mas solidão é mais triste do que a despedida.

E esta despedida não é só a morte, a gente sabe que algumas coisas da vida, ou todas, tem começo, meio e fim. E temos a noção de que aquilo que estamos vivendo irá chegar ao fim, e que aquelas pessoas que você vê todos os dias, talvez em algum momento você nunca mais as verá. Querendo ou não, nós temos contato com grande parte das pessoas porque algo nos exige isso. A escola, a academia, o curso de inglês, a faculdade, o trabalho. Por mais que prometemos para nós mesmos que não vamos nos afastar, acabamos nos afastando.

Nunca esqueço da minha última aula no curso de inglês, em 2006. Depois de quase seis anos com a mesma turma e professora, havíamos criado um laço muito forte e a professora, chorando, disse exatamente isso. "Não sei porque me apego tanto com as pessoas. Vou sentir muita saudade". Na hora, todos nós prometemos que não iríamos sumir, que sempre estaríamos por perto. Quase três anos se passaram e nós nos encontramos apenas mais uma vez.

Mesmo assim, tem pessoas que a distância, o tempo e a afinidade não separam por nada. E quando separam, há, pelo menos, fotos, memória e músicas que nos fazem lembrar delas. Mais do que amizade, alguns podem ser considerados irmãos. E irmãos, por mais que a vida os distancie, estão eternamente ligados pelo sangue.