domingo, 5 de julho de 2009

A partir do nada

Fiquei pensando se hoje eu teria algum assunto minimamente interessante para escrever neste blog. Nada de importante veio na minha cabeça. Então, resolvi abrir o bloco de notas e ver o que poderia sair. Portanto, tudo o que você ler a partir de agora foi inspirado em nada.

Aproveitei estes minutos em que estou sozinho, sem falar com ninguém no MSN, nem pessoalmente, para ouvir músicas e é incrível como cada uma delas faz com que um filme passe na minha cabeça. Todos os momentos da minha vida são marcados por músicas. Lembro da música que eu gostava de cantar quando eu era pequeno, da música que fazia sucesso na época da minha formatura do pré (Daniela Mercury "Azul é a cor do país" hahaha), e de vários outros anos. Sem falar nas músicas que eu sei que marcarão esta fase atual da minha vida.

Algumas músicas trazem boas recordações, outras nem tanto. Mas sempre penso em músicas. Para escrever, gosto de ouvir música. Neste momento, por exemplo, está tocando "Telegrama", do Zeca Baleiro. Esta música também me traz algumas lembranças.

Mas voltando à música da Daniela Mercury, de 1994, esta semana eu li que o Parque da Mônica terá que sair do shopping Eldorado e ir para outro lugar. Como isso me lembra infância. É tão estranho já sentir tanta saudade daquele tempo. Eu lembro quando minha altura era 1,36, de quando eu calçava 32 e da época em que eu fazia vários planos para as férias e ficar o dia todo na piscina era a minha maior diversão.

De repente, quando a gente menos percebe, nossa vida mudou completamente. Nós crescemos e não percebemos. São tantas coisas e pessoas que entraram e saíram de nossas vidas. Algumas que nunca mais veremos, por falta de tempo ou por não poder mais, outras que nem lembramos mais, e algumas que estarão sempre conosco.

Às vezes, eu sinto medo de me apegar muito a algumas pessoas. De criar laços fortes. Porque eu sei que por mais que nós tentemos, um dia cada um vai para um canto e acabamos sofrendo. Sempre quando eu perco alguém que eu gosto muito, fico com vontade de me isolar do mundo. Talvez sozinho você não sinta tanta dor, pois você não terá como sofrer a perda de alguém, já que você não tem ninguém. Mas solidão é mais triste do que a despedida.

E esta despedida não é só a morte, a gente sabe que algumas coisas da vida, ou todas, tem começo, meio e fim. E temos a noção de que aquilo que estamos vivendo irá chegar ao fim, e que aquelas pessoas que você vê todos os dias, talvez em algum momento você nunca mais as verá. Querendo ou não, nós temos contato com grande parte das pessoas porque algo nos exige isso. A escola, a academia, o curso de inglês, a faculdade, o trabalho. Por mais que prometemos para nós mesmos que não vamos nos afastar, acabamos nos afastando.

Nunca esqueço da minha última aula no curso de inglês, em 2006. Depois de quase seis anos com a mesma turma e professora, havíamos criado um laço muito forte e a professora, chorando, disse exatamente isso. "Não sei porque me apego tanto com as pessoas. Vou sentir muita saudade". Na hora, todos nós prometemos que não iríamos sumir, que sempre estaríamos por perto. Quase três anos se passaram e nós nos encontramos apenas mais uma vez.

Mesmo assim, tem pessoas que a distância, o tempo e a afinidade não separam por nada. E quando separam, há, pelo menos, fotos, memória e músicas que nos fazem lembrar delas. Mais do que amizade, alguns podem ser considerados irmãos. E irmãos, por mais que a vida os distancie, estão eternamente ligados pelo sangue.

3 comentários:

  1. Nossa, isso que vc falou que estava sem inspiraçao. Sabe que eu também sou assim, me apego muito as pessoas e sofro mais ainda quando elas se vao. Eu tenho mania de achar que todo mundo que surge sera pra vida toda, mas nao e... uma pena. Abracao e saudades!!! O Bob hoje ta molhado, nao para de chover em pucon, hahaha

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  2. Que texto bonito Adolf! Sempre penso nisso também.. É muito difícil conhecer alguma pessoa já sabendo que um dia, talvez, não a veremos mais..
    Beeijos

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  3. Maravilhoso. Simplesmente.

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