segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Choro e sorrisos



A minha irmã e o Danilo namoraram por 12 anos. Há pelo menos 10 eu escuto pessoas perguntando para eles quando ia sair o casamento. E depois de todos estes questionamentos, no último sábado, 5 de dezembro, eles emocionaram os 200 convidados que lotaram a igreja da PUC em São Paulo.

É difícil assumir, mas eu confesso que fui um dos que mais se emocionou. Afinal, convivo perto deste casal desde os meus 9 anos de idade. A minha vida com a existência deste namoro já é maior do que sem ele.

Eu lembro de quando tudo começou, do dia que, enquanto eu jogava ping pong no prédio, o Danilo veio me perguntar se a menina do terceiro andar era minha irmã. mesmo morrendo de ciúme, eu fui um dos responsáveis pela aproximação dos dois.

De lá pra cá, acompanhei todo o crescimento deles, e eles o meu. Estive na formatura da oitava série, do ensino médio, da faculdade, nos aniversários... Em poucos minutos na igreja, todos os momentos foram passando na minha cabeça. Como eles cresceram e como eles mereciam aquela festa, aquele momento só deles.

Foram tantas crises de ciúme minhas quando eles começaram a namorar. Eu odiava saber que as nossas pizzas de sábado agora seriam para cinco. E que eu ia ter que dividir com ele a minha coca-cola e a minha caixa Bis.

Mas com toda a paciência do mundo, ele foi se mostrando um amigo e não alguém que eu não fosse gostar.

Eu não via a hora deste casamento chegar. Não aguentava mais ouvir falar sobre este único assunto diariamente na minha casa. Até a árvore de Natal eu só ia poder montar depois do casamento. Tudo girou em torno disso nos últimos 365 dias.

Agora eu vejo que valeu muito a pena. Foi tudo tão perfeito quanto os dois mereciam. E eu não consegui mesmo segurar o choro. Desde a hora em que eu me despedi dela antes do dia da noiva, quando eu percebi que a próxima vez que eu a veria seria entrando na igreja, até a hora em que eu me despedi dela no fim da festa.



Chorei por saber que agora eles formam uma família, chorei por lembrar de todos os dias, da minha infãncia ao lado dela, de todas as vezes em que eu disse "não aguento mais essa menina", "não vejo a hora de você casar", chorei ao lembrar dos aniversários, dos natais, das viagens no banco de trás do carro (eu atrás do banco do motorista e ela do passageiro), de todas as vezes que ela me levou para passear, de todas as nossas brigas e de todos os dias em que ela me emocionou. Chorei de alegria por saber que eles estavam felizes, mas confesso que fico triste ao lembrar que agora será tudo tão diferente.

Os almoços de domingo serão em três, e as pizzas de sábado, que antes eram em 4 e depois passaram a ser em 5, agora também serão em três. Chorei por saber que eu vou chegar em casa e não vou perguntar pra minha mãe se a minha irmã já chegou. Chorei por saber que ela não estará aqui para saber em primeira mão todas as novidades do meu dia.

Mas eu também sorri. E sorri por vê-los sorrirem. Sorri por estar presente neste dia tão importante para eles e para todos nós. Sorri por saber que uma nova vida irá começar para eles.

Chorei e sorri por vê-los chorando e sorrindo. Torço pela felicidade deles assim como eu torço pela minha.

E agora aguardem mais uns três de anos de gente perguntando quando virão os filhos...