terça-feira, 18 de maio de 2010

O dia que a Angélica dedicou 42 minutos para mim


Tudo começou mais ou menos assim. Eu sempre gostei da Angélica. Sempre a considerei uma das melhores apresentadoras do país e sempre vi a história dela como uma das mais interessantes entre as nossas celebridades.

Uma menina tímida que presenciou um assalto violento em sua casa, acabou ganhando um concurso no programa do Chacrinha e que aos 12 anos comandava um programa de TV.

Depois de muito pensar sobre qual seria o tema do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), eu vi que o meu livro estava perto de mim há anos. Desde quando me entendo por gente, ela sempre apareceu na minha sala, no meu rádio, nos palcos. Depois de relutar um pouco, vi que a história dela realmente dava um livro, ou, como sempre diz Luciano Huck, um filme.

Eu tinha certeza que se eu convencesse os professores de que este seria um bom tema, eu daria o meu máximo e faria o meu melhor para este trabalho. Pode ser que ele não fique bom, mas eu terei total consciência de que eu terei passado dos meus limites.

Talvez o maior desafio de todos já tenha acontecido ontem. Depois de muito esperar, roer todas as unhas, não dormir, pensar, pensar e pensar, eu estava ao lado da Angélica. Durante 42 minutos eu tive toda a atenção da Angélica voltada para o meu trabalho.

Foi na última segunda-feira, às 17h, no Rio de Janeiro que em alguns segundos um filme passou na minha cabeça. Lembrei de quando eu tinha 5 anos e assistia aos programas dela no SBT. Quando eu era obrigado a ouvir minha irmã cantando "Blue Jeans" e "Vou de Táxi". Das minhas manhãs com a Fada Bela antes de ir para aula. Como eu odiava ter prova porque eu sabia que ia perder o episódio do meu programa favorito. Lembrei de um show dela que eu fui, também com a minha irmã, quando eu tinha 9 anos.

Eu não estava ali como alguém que a admirava, mas sim como um estudante de jornalismo que está fazendo seu TCC. Mas como ia ser olhar para a Angélica e não lembrar de tudo isso? Não pensar que eu estava entrevistando alguém que eu já vi entrevistar tanta gente, que eu ainda vejo entrevistar tanta gente. Talvez a celebridade brasileira que eu mais respeito. Como eu faria para conquistá-la durante os 10 minutos que tinham me dado? Dez minutos! Não importa se seriam 30 segundos ou 10 minutos. Eu sabia que naquele momento ela iria me escutar.

Foi difícil não tremer, não ter um branco, não falar besteira, não suar frio. Mas aquela Angélica que eu conheço, ou melhor, que nós conhecemos há tanto tempo, estava ali na minha frente. Igualzinha. Linda, simpática, com um sorriso tranquilizador, com uma voz impossível de não reconhecer, e, claro, com a pinta na perna. Em poucos segundos eu revi cenas da vida dela, e revi cenas da minha vida. Nós crescemos! Eu, mais na altura, e ela, na idade.

A primeira coisa que eu fiz questão de falar, após dizer que estava nervoso, foi afirmar que estava ali pelo meu trabalho. Consegui explicar tudo. E durante 42 minutos a Angélica, aquela que é tão requisitada pelas revistas, programas de TV, sites e jornais, conversou com um estudante de jornalismo que está fazendo um TCC sobre ela.

Hoje eu posso afirmar que eu admiro muito toda a história dela. Uma menina que cresceu em frente às câmeras, mas que nunca perdeu a humildade, a força de vontade e seus objetivos. Neste dia 17 de maio, eu pude comprovar isso de perto. Posso afirmar com todas as palavras que ela é uma pessoa normal, uma artista verdadeira e merecedora de todo o sucesso que ela faz. É difícil não admirar alguém como ela. E mesmo com todo o preconceito em volta disso, posso dizer que durante estes 42 minutos, eu senti orgulho de estar ao lado de uma maiores estrelas do Brasil.

Que venham outros desafios e medos, que venham histórias e sonhos de uma menina que cresceu ao nosso lado mesmo estando distante.

Angélica, obrigado pela oportunidade de estar ao seu lado durante 42 minutos e poder dividir com todos sua história.