quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Nunca valeu tão a pena

Tudo começou meio assim por acaso.

Eu sempre gostei de televisão, sempre quis trabalhar com algo ligado à televisão, assim como sempre soube que seria jornalista. Para mim, nunca foi difícil escolher a profissão. Sempre soube que não teria como não ser isso. De repente, entrei na faculdade, e, mais de repente ainda, já estava no quarto ano fazendo meu TCC, que, é claro, tinha que ter algo ligado à televisão.

Pensei, pensei, pensei. De repente, quando eu vi, o tema do meu primeiro livro-reportagem estava do meu lado há anos, como já contei aqui no blog. Poucos sabem o quanto tudo isso é importante para mim.

Sabe aquele sonho que você tem quando é criança e que ninguém acredita que um dia pode se tornar realidade, nem mesmo você? Foi tudo mais ou menos assim e intuitivamente. Um dia, decidi que enfrentaria todos os obstáculos e faria um livro contando a história da Angélica. Eu tinha certeza que se eu fizesse um livro sobre ela daria o meu máximo, faria tudo da melhor maneira possível.

O sonho de criança foi aos poucos se tornando realidade.

Sem perceber, um dia eu estava no camarim da Angélica fazendo uma entrevista com ela. Quantas vezes eu tinha me imaginado a entrevistando na infância... Quantas perguntas eu já tinha pensado em fazer para ela... Não era qualquer uma, era a Angélica, a Fada Bela, a apresentadora do "Passa ou Repassa", a dona do "Vou de Táxi", a menina da mancha na perna, a pessoa que me acordou na TV durante tantos anos, a apresentadora do "Estrelas", a filha da dona Angelina, a mulher do Luciano Huck...

Foi o maior desafio da minha vida. Pela primeira vez, eu tinha que separar o pessoal do profissional, a nostalgia do presente. Mas como olhar para a Angélica e não lembrar de mim mesmo? Como não ouvir aquela voz e não lembrar das minhas manhãs em casa estudando para as provas da terceira série? Dos meus começos de tarde me divertindo com o Video Game? Dos meus almoços de sábado assistindo ao Estrelas? Como olhar para ela e não ver que o tempo passou para todos nós? Ela tinha 20 anos e saía de um relógio... Eu tinha 7 anos e assistia àquilo todos os dias de manhã... E isso não aconteceria só comigo. Quantas pessoas não passaram a vida toda vendo a Angélica?

Era tudo muito estranho porque de qualquer forma aquele seria um momento representativo para mim. Aquele garotinho de óculos, que sempre sonhou ser um jornalista, estava escrevendo um livro que sempre quis escrever. Tudo isso tomou uma proporção ainda maior ao contar uma história que eu tinha visto tão de perto.

O ano todo foi de muito trabalho, dedicação, profissionalismo, medo, persistência, amizades, superação e surpresas. Superei todas as minhas expectativas. Conheci pessoas e histórias que jamais esquecerei.

E, por qualquer que fosse o resultado, eu sempre tive a certeza que este talvez seria o único momento da minha vida que eu poderia fazer uma coisa da maneira que eu sempre quis fazer, do meu jeito, com a minha cara, com a minha forma de escrever, com as palavras que eu escolhi, sobre uma história que eu sempre quis contar, que eu sempre quis que todos soubessem.

É claro que a nota dez no TCC deixa tudo isso ainda mais especial, mas para mim este trabalho não foi só um trabalho de conclusão de curso, foi um marco na minha vida. Foi minha maior realização pessoal. Ninguém acreditava, eu não acreditava, ninguém apoiava, tantos criticavam, mas eu tenho muito orgulho de ter ultrapassado meus limites. Valeu cada lágrima, cada centavo, cada dor de cabeça, cada briga, cada telefonema, cada noite sem dormir.

Nunca valeu tão a pena.

Só posso agradecer.

Obrigado a todos que me apoiaram, que me ajudaram, que torceram, que estão comigo e fazem parte dessa história. Hoje, ontem e amanhã. Obrigado!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Melhores amigos

Já escrevi sobre isso algumas vezes, mas só quem usa óculos e depende tantos deles quanto eu sabe como eles são importantes na nossa vida.

Na quinta-feira, depois de um longo dia de trabalho e faculdade, cheguei em casa e, ao tirar ós óculos para tomar banho, fui surpreendido. Eles se partiram ao meio. E olha que eu sou uso óculos há quase 20 anos e isso nunca aconteceu comigo.


As lentes já caíram depois de eu levar bolada jogando basquete, as pernas já se soltaram, o cachorro já lambeu a lente, já risquei tudo, manchas já surgiram, mas eles nunca haviam se quebrado ao meio.

Quem não usa óculos talvez não sinta o que é assistir a esta cena, isto se você conseguir enxergá-la sem seus óculos. Eu posso tentar ser a pessoa mais independente do mundo, mas eu dependo muito dos meus óculos para tudo.

Já sofri muito por ser "quatro olhos", mas com o tempo eu percebi que os óculos eram meus melhores amigos. Afinal, foi ao lado deles, ou com eles, que eu vivi os melhores e piores momentos da minha vida.

Eles me fizeram enxergar exatamente o que era para eu olhar, mesmo se eu não quisesse ver, eles me faziam dar de cara com a realidade.

Eles estavam comigo no meu aniversário de 5 anos, na minha formatura do pré, na hora do vestibular, em todas as minhas viagens, nos meus melhores e piores momentos.

E sempre que eu os tirei para situações em que eles não eram necessários, eu sabia que em pouco tempo eles já estariam comigo.

Por isso que do meu lado, sempre tem também os óculos reservas. Coitados! Eu não quero desmerecê-los, já que um dia eles foram os titulares, mas o tempo deles passou e eles só servem para não me deixar sem saber muito bem o que está acontecendo ao meu redor.

Hoje estou com os reservas, que por um tempo virarão titulares, mas eu só escrevi tudo isso mesmo para agradecer aos meus óculos por tudo o que eles já fizeram por mim. Eles são uma parte de mim, não existo sem eles, vivo com eles e os quero sempre por perto. Por mais que um dia ou o outro eu possa traí-los com a lente de contato, eles sempre terão um lugar reservado no meu rosto e no meu coração.

Já sofri muito por causa deles, já quis abandoná-los várias vezes, mas tudo o que eu sei hoje, de escrever a dirigir, eu devo a eles.

Muito obrigado, queridos óculos!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Quando

Quando você precisa conversar e não tem com quem falar. Quando você sabe que algo de muito bom pode estar prestes a acabar. Quando você sente vontade de chorar, mas não tem forças para encarar as lágrimas. Quando a melhor coisa da sua vida pode estar se tornando uma coisa triste. Quando seus sonhos não se tornam verdade. Quando você está triste e sente medo. Quando você tem vontade de mudar e não consegue. Quando você tenta entender as pessoas e não pode. Quando as pessoas não te entendem. Quando você pensa em fazer, mas não tem coragem. Quando você acha que não há mais o que fazer. Quando não existem mais sorrisos. Quando tudo pode ser uma ilusão. Quando uma palavra faz roer unha. Quando uma bronca faz tremer. Quando você tem sono e não consegue dormir. Quando você sente dor nas costas sem ao menos ter andado. Quando a importância das coisas diminuem. Quando a admiração se torna decepção. Quando você tem medo do futuro. Quando você passa a tentar entender o presente. Quando você sente saudade do passado. Quando uma música não acalma. Quando aquilo que te acalmava se torna obrigação. Quando você descobre que muito do que você sempre acreditou era mentira. Quando você tenta ficar em paz, mas não sabe a paz que busca. Quando te contam a mesma história dez vezes e você não presta atenção nenhuma vez. Quando escrever um texto tenta te acalmar. Quando você sente saudade do antes. Quando você sente saudade do agora. Quando você sofre sem poder. Quando você acha que nada pode mudar. Que nada pode melhorar. Quando você respira fundo. Quando você lembra que todos os dias o sol estará pronto para você. Quando você lembra que existe um mundo todo para você conhecer. Quando você descobre que o universo é muito maior do qualquer problema seu. Quando você lembra que tem um mundo todo pela frente. Quando sua realidade ultrapassa qualquer barreira. Quando você consegue seguir seu caminho. Quando você faz o que acredita. Quando você tem princípios. Quando você tenta. Quando você consegue. Quando você se orgulha da sua história. Quando você esquece de chorar. Quando você sorri.

sábado, 11 de setembro de 2010

Quando vale a pena viajar

É claro que viajar é fazer turismo, tirar fotos e comprar imãs de geladeira. Mas eu percebo a cada viagem, que tudo só vale a pena quando aprendemos alguma coisa durante os nossos passeios.

E isso vai muito além de conhecer a história ou a geografia do local que visitamos.

Nestas minhas últimas viagens eu aprendi muita coisa.

Aprendi a ter que descobrir caminhos sozinho e ter cara de pau de conversar com pessoas que eu nunca vi. Talvez esta seja a melhor parte de viajar sozinho. Você se vê sem ninguém em um lugar estranho e é obrigado a tentar ser entendido pelos outros que nem falam a sua língua. E no momento de solidão, quando você menos percebe já está rodeado de novos amigos, que, na maioria das vezes, só estarão do seu lado naqueles dias.

Por mais que você nunca tenha olhado um mapa, quando você viaja, você começa a entender as ruas, os bairros e descobrir novos caminhos. Ir além do que o guia nos oferece. Aprendi a andar a pé sem preguiça. A tirar fotos de detalhes que passariam despercebidos.

A viagem só vale a pena quando deixamos de lado nosso preconceito e encaramos a realidade do lugar que conhecemos. Seja sentando em uma mesa rodeado de pessoas da cidade para almoçar uma comida típica, seja tirando a armadura a favor de novas aventuras.

Sozinho ou acompanhado, a viagem também é uma ótima forma de aprender a administrar o seu dinheiro. Você não pode gastar além daquilo que você planejou, mas também não deve deixar de sair para conhecer os lugares somente para guardar seu dinheiro, afinal, você não sabe se esta será sua única vez no lugar.

E quando viajamos com amigos é a melhor forma de descobrir se esta é ou não uma amizade verdadeira. É só convivendo 24 horas para saber se aquela imagem ótima do seu amigo não será destruída em pouco tempo.

Nas viagens nós aprendemos a conviver com os outros, a respeitar o espaço de cada um, a não invadir a privacidade de ninguém, a entender as diferenças e a dividir os melhores momentos da sua vida.

Viajar é estar independente, não ter compromisso sério, não usar relógio, esquecer que as horas passam, eliminar o computador, a televisão e os jornais da sua vida.

Viajar é aprender a planejar, economizar, sonhar, conhecer o mundo, sentir-se apaixonado por cada rua, casa, rosto que conhece.

Quando você sente tudo isso depois de uma viagem, independente de ter sido curta ou longa, para longe ou perto, é porque realmente valeu a pena.

E todas têm sido assim. As melhores companhias, o melhor companheiro de mochilão, às vezes só a minha companhia, os melhores amigos, os maiores sonhos realizados e a melhor vontade de todas: abraçar o mundo antes que ele nos abrace.

domingo, 22 de agosto de 2010

Um fim de semana na Bahia

A ideia de passar um fim de semana em algum lugar pode agradar quando o lugar é perto e de fácil acesso, mas falar que vai passar um fim de semana na Bahia pode ser considerado algo estranho.

Pegar um avião na sexta-feira para conhecer Salvador em dois dias parece loucura. Pode até ser, mas foi um dos melhores fins de semana da minha vida. Nunca pensei dois dias fossem render tanto.

Talvez por ser baixa temporada, talvez por ser somente mais um fim de semana, mas a cidade estava perfeita. Não havia a loucura de carnaval, a exploração nos preços, o cheiro ruim, nem o número abusivo de pessoas pedindo dinheiro nas ruas.

A história começou por acaso. Um dia à tarde no trabalho, recebemos a notícia que a Webjet estava com uma promoção de aniversário imperdível. Eu, o Rafael e a Raquel decidimos ir para o Rio de Janeiro. Passar um fim de semana no Rio parece mais comum, né? Mas de repente vimos que para Salvador a passagem também estava barata. Foi aí que decidimos mudar de destino e chamamos a Marjorie para a aventura.

Durante pouco mais de um mês pensamos na viagem, escolhemos o hotel em que ficaríamos e fizemos poucos planos. Afinal, era só um fim de semana e não queríamos ficar estressados na Bahia.

A sexta-feira, 13 de agosto, chegou. O estresse começou na ida ao aeroporto. O trânsito estava infernal e chegamos em Cumbica pouco antes do horário do voo. Horário previsto. É claro que enquanto estávamos no avião esperando para decolar, fomos avisados de que haviam outros 13 aviões na fila na nossa frente. Saímos de São Paulo à meia noite, 1h15 depois do previsto. Chegamos em Salvador pouco antes das 2h da manhã. E não é que o estresse acabou neste momento.

Quando nos libertamos de São Paulo, esquecemos o trânsito, as pessoas, a poluição, o cheiro, a pressa, os prédios. Tudo. Estava chovendo em Salvador, mas mesmo assim nada tirou nosso bom humor. Nem a fome e a falta de encontrar um lugar aberto para comermos.

No sábado acordamos cedo e demos de cara com o sol. Depois de um café da manhã reforçado, pegamos um ônibus (R$ 2,70) e fomos direto para o Elevador Lacerda. Estávamos hospedados na 7 de setembro, em Campo Grande, muito bem localizado.


Andamos em volta do elevador, na Cidade Alta, e, claro, fomos abordados por um ambulante que nos deu uma pulseirinha do Nosso Senhor do Bonfim e quis vender outras coisas. Mas este foi um dos únicos que nos atrapalhou. Talvez pelo Rafael ter usado seu pedido na hora de amarrar a pulseirinha para que aquele homem sumisse dali.


Depois de tomarmos água, água de coco e cerveja, pagamos 15 centavos e pegamos o elevador. Eu imaginava que o elevador fosse tão bonito por dentro quanto é por fora. Mas me decepcionei quando vi que era um elevador comum e não tinha vista panorâmica.



Saímos do elevador e fomos direto ao Mercado Modelo. Ficamos um pouco na parte de fora vendo as barraquinhas. Antes de entrar fomos abordados por "ciganas", que nos seguraram e disseram que por 2 reais tirariam a praga de nós hehehe.



Entramos no Mercado, andamos pelas lojinhas. Em uma loja, a mulher quis nos vender uma pimenta por 25 reais, achamos a mesma por 10 reais um andar para cima.

Enquanto as meninas continuaram andando, eu e o Rafael fomos para um restaurante que fica na parte superior do Mercado. Ficamos na parte ao ar livre com vista para o mar. Estávamos na Bahia!







Depois ainda fomos em um forte, no Pelourinho, comemos acarajé e andamos muito a pé. Mas isso fica para o próximo post.

terça-feira, 18 de maio de 2010

O dia que a Angélica dedicou 42 minutos para mim


Tudo começou mais ou menos assim. Eu sempre gostei da Angélica. Sempre a considerei uma das melhores apresentadoras do país e sempre vi a história dela como uma das mais interessantes entre as nossas celebridades.

Uma menina tímida que presenciou um assalto violento em sua casa, acabou ganhando um concurso no programa do Chacrinha e que aos 12 anos comandava um programa de TV.

Depois de muito pensar sobre qual seria o tema do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), eu vi que o meu livro estava perto de mim há anos. Desde quando me entendo por gente, ela sempre apareceu na minha sala, no meu rádio, nos palcos. Depois de relutar um pouco, vi que a história dela realmente dava um livro, ou, como sempre diz Luciano Huck, um filme.

Eu tinha certeza que se eu convencesse os professores de que este seria um bom tema, eu daria o meu máximo e faria o meu melhor para este trabalho. Pode ser que ele não fique bom, mas eu terei total consciência de que eu terei passado dos meus limites.

Talvez o maior desafio de todos já tenha acontecido ontem. Depois de muito esperar, roer todas as unhas, não dormir, pensar, pensar e pensar, eu estava ao lado da Angélica. Durante 42 minutos eu tive toda a atenção da Angélica voltada para o meu trabalho.

Foi na última segunda-feira, às 17h, no Rio de Janeiro que em alguns segundos um filme passou na minha cabeça. Lembrei de quando eu tinha 5 anos e assistia aos programas dela no SBT. Quando eu era obrigado a ouvir minha irmã cantando "Blue Jeans" e "Vou de Táxi". Das minhas manhãs com a Fada Bela antes de ir para aula. Como eu odiava ter prova porque eu sabia que ia perder o episódio do meu programa favorito. Lembrei de um show dela que eu fui, também com a minha irmã, quando eu tinha 9 anos.

Eu não estava ali como alguém que a admirava, mas sim como um estudante de jornalismo que está fazendo seu TCC. Mas como ia ser olhar para a Angélica e não lembrar de tudo isso? Não pensar que eu estava entrevistando alguém que eu já vi entrevistar tanta gente, que eu ainda vejo entrevistar tanta gente. Talvez a celebridade brasileira que eu mais respeito. Como eu faria para conquistá-la durante os 10 minutos que tinham me dado? Dez minutos! Não importa se seriam 30 segundos ou 10 minutos. Eu sabia que naquele momento ela iria me escutar.

Foi difícil não tremer, não ter um branco, não falar besteira, não suar frio. Mas aquela Angélica que eu conheço, ou melhor, que nós conhecemos há tanto tempo, estava ali na minha frente. Igualzinha. Linda, simpática, com um sorriso tranquilizador, com uma voz impossível de não reconhecer, e, claro, com a pinta na perna. Em poucos segundos eu revi cenas da vida dela, e revi cenas da minha vida. Nós crescemos! Eu, mais na altura, e ela, na idade.

A primeira coisa que eu fiz questão de falar, após dizer que estava nervoso, foi afirmar que estava ali pelo meu trabalho. Consegui explicar tudo. E durante 42 minutos a Angélica, aquela que é tão requisitada pelas revistas, programas de TV, sites e jornais, conversou com um estudante de jornalismo que está fazendo um TCC sobre ela.

Hoje eu posso afirmar que eu admiro muito toda a história dela. Uma menina que cresceu em frente às câmeras, mas que nunca perdeu a humildade, a força de vontade e seus objetivos. Neste dia 17 de maio, eu pude comprovar isso de perto. Posso afirmar com todas as palavras que ela é uma pessoa normal, uma artista verdadeira e merecedora de todo o sucesso que ela faz. É difícil não admirar alguém como ela. E mesmo com todo o preconceito em volta disso, posso dizer que durante estes 42 minutos, eu senti orgulho de estar ao lado de uma maiores estrelas do Brasil.

Que venham outros desafios e medos, que venham histórias e sonhos de uma menina que cresceu ao nosso lado mesmo estando distante.

Angélica, obrigado pela oportunidade de estar ao seu lado durante 42 minutos e poder dividir com todos sua história.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Aí vem o Chaves

Sabe quando em cinco minutos você revive vários momentos da sua infância? Hoje foi mais ou menos isso que aconteceu.

Edgar Vivar, o Seu Barriga do Chaves, está no Brasil para participar do "Festival da Boa Vizinhança", aqui em São Paulo, e esteve hoje ao vivo do Programa do Ratinho, no SBT.

Antes de ele entrar no ar, eu e o Rafael fomos até o camarim do estúdio 6 do CDT para fazer uma rápida entrevista com ele.

Confesso que quando eu entrei e o vi meu coração até disparou. Não estava nervoso por entrevistar alguém, mas sim por estar perto de alguém que esteve presente diariamente na minha vida por muitos anos.

Foram manhãs, tardes e noites em frente à TV assistindo ao Chaves. Com falas decoradas, bordões e histórias conhecidas, a minha geração, as mais antigas e as recentes sabem bem o que é isso.

Por um momento, eu lembrei que eu sentia uma leve raiva dele quando ele ia cobrar o aluguel do Seu Madruga, mas ao mesmo tempo ficava com dó dele quando via que o Seu Madruga nunca iria pagá-lo. Também lembrei o quanto o Nhonho era chato, e muitas vezes lerdo, mas como ele era bonzinho e simpático, até chamava o Chaves de "Chavinho".

Sem contar, é claro, que qualquer pessoa já sentiu vontade pelo menos uma vez na vida de apertar a bochecha do Nhonho.

Eu não era o maior fã de Chaves, mas adorava assistir aos episódios quando eu era criança. Poder conversar com alguém tão marcante em sua infância é um orgulho, principalmente quando você percebe que você cresceu. Eu estava ali para entrevistar o Seu Barriga. Eu era uma criança, de repente, estava com um gravador na mão em um lugar que tantas pessoas gostariam de estar.

Se para mim já foi muito bom, imagina como não foi para o Rafael, que há dois meses confessou para mim que seu personagem favorito no programa era o Nhonho...

Falando nisso, é claro que eu não perdi a oportunidade de contar para o Edgard que o Rafa irá em breve para o México de "vacaciones". Ele disse até para o Rafael procurá-lo por lá, já que ele está no ar em uma novela da Televisa.

sábado, 6 de março de 2010

Último dia em Buenos Aires

Desde quando eu comecei a planejar minha viagem a Buenos Aires, eu já tinha definido o que eu faria na manhã de domingo. Ir à feira de San Telmo, um dos passeios mais tradicionais da cidade.

Acordei cedo e fui mais uma vez ao Carrefour, enquanto esperava os brasileiros acordarem para irmos juntos a San Telmo. Queria comprar mais Havanna, mas não tinha mais. Fiz uma pesquisa com as velhinhas argentinas para descobrir qual outro alfajor era bom e acabei levando um que se chama Negro.

Depois disso, cheguei ao hostel e encontrei os brasileiros, que haviam perdido a hora e o café da manhã. Fomos atrás de alguma padaria aberta para comer. Encontramos uma na Esmeralda, e acabei comendo miga, que é tradicional na Argentina, uma espécie de sanduíche com pão de forma bem fino com queijo e presunto, e uma coca-cola (11 pesos).

San Telmo



Pegamos um ônibus até San Telmo. Realmente, lá é sensacional. Principalmente pelo ambiente em si. Várias pessoas de diferentes tipos, muita música tradicional no meio da rua, dançarinos de tango. Tinha até um casal mais velho dançando entre as barraquinhas.



A feira de San Telmo é famosa pelas antiguidades, que quase sempre são bem caras, mas fora isso é bem parecida com a de Recoleta. Acabei comprando uma bolsa pra minha mãe.


Brasileiros na Argentina

Pouco mais de 1h é suficiente para você conhecer o local, principalmente se você já tiver ido em Recoleta, já que não terá grandes novidades para descobrir na feira em si.

La Boca

Andamos mais um pouco e pegamos um ônibus para ir ao famoso Caminito, em La Boca. Chegamos lá por volta das 13h e passamos por um dos lugares mais abandonados e poluídos de Buenos Aires, muito próximo ao porto. Muito legal presenciar este outro lado da cidade.



No meio do caminho havia mais uma feirinha e eu comprei uma caneca de chopp da Quilmes pro meu amigo Rafa, que por sinal a colocou de enfeite na sua mesa do trabalho.



Nossa primeira parada foi em uma loja do Boca Juniors, onde as meninas compraram vários presentinhos. Por falar nisso, eu também acabei comprando algumas coisas no bairro.



Confesso que Caminito foi um dos meus lugares favoritos em Buenos Aires. A parte restaurada de La Boca é muito bonita e charmosa. As casas de metal e madeira todas coloridas. O sol daquele domingo, que deixou marcas em mim haha, contribuiu ainda mais com o passeio e com as fotos que eu tirei.



Em La Boca ainda, nós passamos pelo estádio La Bombonera, do Boca Juniors, mas não quisemos pagar para entrar. Depois, almocei em um dos restaurantes tradicionais da rua. Paguei 24,50 (pesos) para comer milanesa, batata frita e refrigerante. Muito bom!



Um fato curioso. Enquanto andávamos pela rua, um argentino veio conversar com a gente e, é claro, quis falar de futebol. "Brasil! Brasil! Cortinthians! Aqui tem um bando de louco, louco por ti Corinthians! Ronaldo, Ronaldo". Muito engraçado.



El Ateneo

Por volta das 17h30 e ainda bem claro, pegamos um ônibus de volta e fomos para a Avenida Santa Fé. Descemos no começo dela e andamos bastante até encontrar a livraria El Ateneo. Domingo foi mesmo um dos meus dias favoritos na cidade. Esta livraria vale por tudo.



Ela é imensa, tem todos os livros, CDs e DVDs que você imaginar, mas isso não é nada perto de sua arquitetura. Antes de abrigar uma das maiores livrarias da América Latina, o lugar era um teatro e até hoje mantém as características de uma casa de espetáculos, tanto que o café do local fica no palco, com direito até mesmo a uma cortina. Muito bom!



Cheguei no hostel tarde, já que depois disso ainda passeio na Galeria Pacífico mais uma vez para comprar as últimas coisas no Havanna.

Último dia

Na segunda de manhã... Adivinhem onde eu fui quando acordei? Sim! No Carrefour hahaha. E dessa vez em três atrás da uma garrafa de Budweiser para o meu amigo, e eu nem experimentei a tal cerveja hahaha.

Precisava sair do hostel às 11h30 para ir ao aeroporto. Cheguei do Carrefour umas 10h, arrumei a cerveja e os alfajores e fui correndo para Florida. Precisava ainda passar na Zara e em outros lojas para comprar camisetas.



Deixei justamente para o último dia para ver o quanto de dinheiro ia sobrar. Só sei que acabei tendo que pedir com o meu ótimo espanhol para passar na frente das pessoas no caixa da Zara. "Yo tengo que volver a Brasil ahora". Tudo errado hahhaa, mas, mesmo com cara feia, deixaram eu passar na frente.

E em cima da hora eu cheguei no hostel, peguei o carro da Manoel Tienda, Leon, e fui para o aeroporto triste por ir embora e feliz por ter feito minha primeira viagem sozinho. Lembrando de cada momento em que passei lá, de todo o medo, as dicas, a ansiedade, os passeios, a tensão. No aeroporto ainda almocei no Mc Donalds e, é claro, comprei muito chocolate no free shop aqui do Brasil.



Voltei me sentindo diferente. Esses cinco dias foram muito importantes para mim. Eu me sinto muito mais confiante, seguro e, de certo modo, independente. Agradeço muito a todos que me apoiaram, e em especial, ao meu companheiro e irmão mais velho, Rafael. Eu enchi demais o saco dele e perguntei tudo, tudo, tudo.

Já não vejo a hora de viajar de novo. Sozinho ou bem acompanhado. Quero conhecer o mundo! Enquanto isso, ajudo o Rafa a pensar no mochilão dele pelo México e penso em qual será meu próximo destino.

Muito obrigado a todos pela companhia. E pensar que os 5 dias de viagem viraram quase 2 meses de post hahaha.