segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Chorizo, Casa Rosada e Puerto Madero

Coloquei o celular para despertar às 8h30 da manhã de sexta-feira. Levantei, enquanto as outras pessoas do meu quarto ainda dormiam, tomei banho e desci para o café da manhã na recepção (leite, achocolatado, pão de forma, requeijão e café - bem diferente e mais pobre do que a foto do site do hostel). Ahh, no café da manhã, você que tem que lavar o que você sujar, eles, inclusive, colocam um aviso do tipo "sua mãe não está aqui para arrumar suas coisas".

Acabei de tomar o café, embora quase nem tenha comido, e fui direto para o computador (1h - 2 pesos). Escrevi um post enorme com tudo o que eu tinha feito na quinta-feira, mas na hora de publicar, eu perdi todo o post.

Enquanto escrevia pela terceira vez, ouvi uns brasileiros conversando. Eram duas meninas, a Maria e Paula, que haviam chegado na noite de quinta e iam andar pela cidade. Não pensei duas vezes e fui falar com elas. "Posso ir com vocês? É que eu estou sozinho". Desisti do blog e fui com elas andar por Buenos Aires.

Primeiro fomos até o Obelisco, que eu já tinha visto, mas elas não. Olhamos, tiramos fotos, passeamos por umas lojas na 9 de julio e decidimos ir até a Casa Rosada, que fica na Plaza de Mayo.

Fomos andando até lá, que não é muito longe. Antes passamos no Centro de Informações Turísticas para saber o que só funcionava de dia de semana, para irmos na sexta, e o que só funcionava aos sábados e domingos.

Quando chegamos na Plaza de Mayo, demos de cara com a Catedral da cidade. Uma construção muito bonita que é sustentada por doze pilastras, que representam os apóstolos.

Aproveitamos para entrar na Igreja e eu aproveitei para agradecer a Deus por tudo.

O piso do local foi uma das coisas que mais me chamou a atenção. Além de ser rico em detalhes, ele estava sendo restaurado por um homem.


Ahh, outro fato curioso foi um aviso na porta falando dos trajes para entrar na Catedral. O mais legal é que estava em espanhol, inglês e em português.

Depois disso, atravessamos a praça e demos de cara com a Casa Rosada. Olhamos por fora, escutamos brasileiros conversando, vimos pessoas tomando sol na Plaza de Mayo, mas descobrimos (aliás, a Paula descobriu e quase invadiu a Casa Rosada para isso, mas foi impedida pelo guarda) que nos fins-de-semana há visita monitorada dentro do local. Então, resolvemos deixar para o dia seguinte a visita mais demorada.

Olhamos o nosso mapa e os guias para saber qual seria o próximo passo. Decidimos que era a hora de conhecer o famoso Puerto Madero, que não é tão longe dali. Debaixo de muito sol e sem protetor solar (sim! esquecemos), fomos a pé até o Puerto Madero. No caminho, avistamos o Correio Central, que também está em reforma.

(Puente de la Mujer em Puerto Madero)

Tivemos a certeza de que estávamos em Puerto Madero quando avistamos de longe o Hilton e depois a famosa "Puente de La Mujer". Este cartão postal de Buenos Aires foi inaugurado no começo da década e é uma ponte retrátil. Vale muito a pena conhecer.



Depois disso, resolvemos ir atrás de algumas obras de arte em Puerto Madero, mas paramos em um locutório para elas ligarem para as famílias. Perto da ponte, há vários bares e restaurantes (um pouco mais caros, mas nada de tão extraordinário), que dão ainda mais charme para o lugar.

Fomos então atrás da tal obra que retratava Vênus e que gerou polêmicas na época em que foi feita, já que as pessoas aparecem peladas. Andamos, andamos e andamos mais. Passamos por (mais uma) praça muito bonita. Mas... De repente, Puerto Madero se transformou em um local feio e sujo.



A parte bonita foi ficando para trás... O rio sujo estava rodeado de barracas que vendiam o famoso choripan (típico na Argentina, é um sanduiche com carne mal passada no meio) e que deixavam em alto e bom som músicas argentinas bem populares.

Depois de uma meia hora, encontramos a famosa obra, mas confesso que o passeio valeu mesmo pela descoberta deste lado obscuro de Puerto Madero.

Na volta, elas decidiram comer o choripan em uma barraca. Mas o lugar era tão sujo, que eu não tive coragem. Bom, pelo menos elas não passaram mal.

Andamos cerca de meia hora até chegarmos novamente na parte bonita de Puerto Madero. Por volta das 15h, resolvemos conhecer duas fragatas antigas que estão lá para visitação. Demos mais uma volta por todo o local, mas não achamos nada.

Depois descobrimos que já havíamos passado por elas umas 3 vezes sem perceber. Primeiro fomos na Fragata Uruguay, que ajudou a resgatar um navio argentino no século XIX. Pagamos 2 pesos para entrar, mas valeu a pena, deu para sentir um pouco o que é passar tanto tempo em alto-mar.




Depois ainda visitamos a Fragata Sarmiento, também em Puerto Madero. Mas eu já estava tão cansado e com fome (afinal, o relógio já marcava quase 17h e eu ainda não havia almoçado) que nem prestei tanta atenção.

Saímos da fragata, que fica localizada bem perto dos bares e restaurantes e já fomos direto a um deles. Eu pedi um hamburguer (eu precisava experimentar um hamburguer argentino depois de comer tantos em 2009 em São Paulo) e uma Coca Cola bem gelada (22 pesos - 11 reais).


Fizemos uma pequena pausa e resolvemos voltar a pé. Com a mochila nas costas e câmera fotográfica no bolso, fomos novamente até a Casa Rosada e, por coincidência e graças ao meu guia, presenciamos a troca da guarda, que acontece sempre em horas ímpares. Os cinco guardas saem da Casa Rosada, atravessam a rua e vão até a Catedral. Lá dentro, acontece a troca da guarda. Muito legal, para turistas, claro. O mais engraçado era observar os moradores passando ao lado dos guardas, enquanto eles marchavam, falando no celular, conversando, como se nada estivesse acontecendo.



Recorremos mais uma vez ao mapa e fomos andar pela Avenida de Mayo. Fiz minha primeira parada no Havanna e comi, por $3,50 (sim! pesos é igual a $) um havannet.

Andamos mais pela Avenida, que é repleta de casarões no melhor estilo europeu, e paramos, finalmente, no Café Tortoni, o mais tradicional de Buenos Aires. Mas, estava tão cheio, até com fila para entrar, que vimos somente por fora.


Andamos até o fim da Avenida, que desemboca no Congresso Nacional, mais um prédio lindo, que vale a pena fotografar.


Já eram quase 19h, quando decidimos voltar ao hostel. Paramos no Teatro Colón e fomos andando pelas ruas do centro. E não é que no caminho, acho que na Viamonte, a rua do hostel, descobrimos o supermercado Dia, o mesmo que tem no Brasil.

Entramos e compramos uma garrafa grande de água ($1,85 - as pequenas na rua custam geralmente 3 pesos) e uma coca de 600 ml ($3,75).

Antes de voltar ao hostel, passei mais uma vez na Galeria Pacífico para ligar em casa.

Cheguei no albergue e entrei na internet para contar as novidades aos amigos, que perceberam que desta vez eu estava bem mais animado.

Por volta das 23h, fomos comer no restaurante Capataz, na Rua Esmeralda, perto do hostel também. Por 26 pesos (13 reais) comi o famoso chorizo argentino, com papas fritas, coca-cola e sorvete de sobremesa.

Estava com medo da carne, já que outros brasileiros tinham ido um dia antes lá e haviam dito que estava com muita gordura. Para não correr risco, eu falei para o garçom que era a primeira carne argentina que eu ia comer, para ele caprichar para eu não falar mal depois no Brasil.

Eles realmente capricharam, mas, como eu percebi em todas as refeições, estava um pouco sem tempero. Depois o garçom veio me perguntar se estava boa, eu disse que sim e ele falou que estava se sentindo melhor e aliviado por isso.

Cheguei ao hostel quase meia noite, tomei banho e fui dormir. Sábado foi um dia de chuva e muito sol, Recoleta e show de tango. Conto no próximo post, mas talvez eu divida em dois para não ficar tão grande quanto esse. Valeu pela companhia de todos antes, durante e depois da viagem.

2 comentários:

  1. Ah, albergue é assim mesmo. Você que se vire e arrume tudo. Também, por tão pouco, não podemos esperar um tratamento vip, né?

    Que bom que você pode aproveitar bastante e ver tantas coisas num dia só.

    Gostei da plaquinha na igreja! Puxa vida, nem pode entrar de barriga de fora?? Será que é melhor tirar a camiseta ao entrar? hahah

    Quanto à comida, espero que não tenha ficado decepcionado por causa do tempero. Tempero [e comida, no geral] igual ao nosso não há...

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  2. Ai Adolf, assim você me mata! Acabei de jantar e olhei esse bifão e fiquei morrendo de inveja e com água na boca, que sonho!!! Bom demais, cadê os outros dias? Vai ser 1 por semana só?
    Viajei junto de vc e o legal é que você sabe os detalhes, tipo quando a coisa foi feita e por quê. Muito bom! Abração

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