quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Medo, ansiedade e aventuras no primeiro dia em Buenos Aires

Fiquei sabendo com pouco tempo de antecedência que eu teria férias, tentei de todas formas encontrar alguma companhia para viajar comigo, mas, com todos os amigos trabalhando, a solução foi enfrentar o medo e planejar em pouco mais de uma semana minha primeira viagem sozinho.

Foram horas de conversas com o meu amigo Rafa, que já é experiente em mochilão pela América do Sul, com dicas e mais dicas, e até uma visita, com direito a guias, para me deixar mais seguro dois dias antes de viajar.









Com uma mala, três guias, uma câmera fotográfica, sugestõe de vários amigos anotadas, albergue, que foi indicado também por conhecidos, já reservado e passagens nas mãos, acordei na quinta-feira, 14 de janeiro, às 4h30 da manhã com muito medo e ansiedade.

Cheguei ao Aeroporto de Guarulhos antes das 6h e já fui fazer check-in. Enfrentei uma fila de uma hora, mas pouco depois já estava dentro do avião. A última mensagem que eu recebi no celular antes de embarcar foi do Rafael, que dizia "É, agora não tem mais jeito... Boa viagem!".

Confesso que o medo do avião passou rápido, os assentos tinham encostos e cada um possuía uma TV com nove opções de filmes, mais desenhos animados e documentários. Fui a viagem toda assistindo ao filme "Julie & Julia", com a Meryl Streep, e até consegui dormir durante o voo, que saiu às 8h30 da manhã.

Pouco antes das 10h30, horário de Buenos Aires, que não tem Horário de Verão, já estava desembarcando no Aeroporto Internacional de Ezeiza.

A primeira coisa foi carimbar o papel com os dados pessoais e também informações de onde você ficaria na Argentina. Mais uma fila de quinze minutos e mais outros 15 minutos para pegar a mala.

Antes de qualquer coisa, fui direto na Tam, no embarque, para saber se eu teria que pagar alguma taxa extra ao sair do país, mas, ainda bem, não é mais necessário fazer isso. No caminho, já me senti em casa. Olhei para frente e dei de cara um outdoor enorme com a foto da Marília Gabriela!

Depois disso, fui direto procurar o Leon (Manoel Tienda), que é um ônibus que leva você até o centro de Buenos Aires, já que o Aeroporto Internacional é afastado e demora quase 1h para chegar.

(no ônibus saindo do Aeroporto de Ezeiza)

Paguei 75 pesos, que equivale a metade em reais, para ida e volta. Só não sabia que o tal ônibus oferecia um serviço por mais 5 pesos que te deixava no seu local de destino. Peguei o tal ônibus e desci no seu ponto final, em Retiro. Lá, sem saber do tal carro, peguei minha mala de rodinha, minha mochila, e fui, embaixo de muito sol, atrás da estação de metrô (subte) de Retiro, que é também onde fica a estação de trem e rodoviária.

Já cheguei perdido. Andei, andei e andei. Isso, já quase 13h, no horário de lá. O sol estava nsuportável. Após pedir informação para umas 4 pessoas, finalmente achei o metrô. Duas estações depois, em Lavalle, já estava próximo do hostel que eu fiquei.

Próximo, mas isso não significa que seria fácil para eu achar o albergue. Mais uma vez, estava eu, com a mala, a mochila e o sol, perdido em Buenos Aires. Depois de andar de um lado para o outro e achar o centro da cidade, assim como o metrô, bem esquisito (afinal, era só a primeira impressão), consegui encontrar o hostel.

Entrei no meu quarto quase às 14h, tomei muita água, paguei a estadia e já fui sozinho andar pelo centro da cidade. Com um mapa na mão, já quis ir até a famosa e imensa Avenida 9 de julio.

(Obelisco e Av. 9 de julio)

O albergue fica na Viamonte, que é uma travessa da 9 de julio. Andei, me perdi, mas achei o Obelisco. Fiquei até emocionando ao vê-lo sozinho pela primeira vez. Depois, fui atrás de um banco, como eu tinha levado apenas o dinheiro para pagar o albergue e o ônibus, precisava ir no caixa eletrônico. Dei mais uma volta, e achei o Banco Francês na mesma avenida.

Quase morri do coração quando vi que o caixa eletrônico de lá ainda engole o cartão. Já pensou se meu cartão ficasse preso dentro da máquina? Mas deu tudo certo.

Tirei o dinheiro e fui andar mais pela cidade. Ahh, vale a dica do Rafael, ele me emprestou o money belt para que eu levasse sempre comigo, embaixo da calça, os documentos e o dinheiro.

Andei por várias ruas do centro, Viamonte, Tucuman, Carlos Pelegrini, Cordoba, Paraguai, Maipú, até decidir almoçar em um restaurante nesta última. Confesso que, quase quatro da tarde, minha maior vontade era tomar uma Coca Cola bem gelada. Este restaurante (Forest Hill's) me conquistou porque o logo dele era em vermelho com "Coca Cola" do lado, mas depois de pedir o prato principal (nhoque, mais bebida, mais sobremsa por 25 pesos), descobri que lá só tinha Pepsi.




Não sei se a sede era tão grande assim, mas achei a Pepsi de lá mais gostosa do a daqui.

Almocei e andei mais pelo centro da cidade. Fui ao Teatro Colón, famoso pelas óperas, que está em reforma e só será reaberto em maio, e andei muito pela 9 de julio e Avenida Cordoba, mais mesmo para reconhecer o ambiente.

Quase chegando no hostel, decidi andar mais umas quadras e, sem querer, me deparei com a famosa Calle Florida, que é cheia de lojas, e que cruza a Viamonte. Quase na esquina com a rua do hostel está a Galeria Pacífico. Um dos shoppings mais bonitos que eu já vi na minha vida. Dei uma volta por lá, vi as lojas, tem até Dior, e pouco mais de 20h, decidi voltar ao hostel. Cheguei lá e entrei na internet para contar as novidades aos meus amigos.

(Calle Florida)


(Galeria Pacífico)

Eu estava feliz, mas ainda um pouco preocupado por estar sozinho e não ter conhecido ninguém ainda. Percebi isso quando conversei com o Rafael por MSN e disse que "estava gostando bastante", mas alguns minutos depois disso a viagem começou a mudar.

Ouvi dois brasileiros conversando e descobri que no meu quarto havia dois coreanos, não muito simpáticos. Fui falar com os brasileiros, que já estavam lá há quase uma semana, e decidimos ir comer as famosas empanadas argentinas. A partir daí a viagem deixou de ser solitária e passou a ter boas companhias.

Comemos empanadas de carne e pollo (frango), e tomamos Coca Cola, gastamos apenas 12 pesos no jantar em um restaurante típico na Calle Esmeralda, também fomos andando.



Após este dia imenso, fui dormir. Claro que não consegui dormir quase nada na primeira noite, mas as coisas melhoraram cada vez mais a partir daí. Mas, as aventuras do segundo dia, as novas companhias, Casa Rosada, Puerto Madero e o chorizo, eu deixo para o próximo post.

4 comentários:

  1. Adolfo, muuuuuuuito legal... Li super animada toda a sua viagem! Amei a iniciativa de encarar e ir sozinho.
    Depois me passa algumas dicas? To pensando em ir, mas só por um fim de semana.
    Beijos!

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  2. Muito bom, parece que estávamos viajando juntos ao ler!!! Sem contar minha participação frequente no post e na viagem, hahaah! Fiquei muito feliz que você gostou!!
    Abração

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  3. Adorei!!!
    Acho q vc pode escrever um livro sobre todas as suas viagens, já que depois dessa, tenho certeza, que mtas outras acontecerão!!!!
    Bjs

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  4. Confesso que fiquei empolgado em encarar uma viagem sozinho, com o mesmo destino!

    Stanley

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